UNIVERSIDADE
ABERTA DO BRASIL
POLO
DE ITAQUI – RS
CENTRO
DE LICENCIATURA DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA
Experiência
Docente II
Emiliane Figueiredo
Sarate
ITAQUI,
RS
2014
O presente artigo trata
da importância que é conhecer o aluno para que se faça um bom trabalho como
professor. Tendo como exemplo a minha prática docente em um período de mais ou
menos 2 meses, sendo uma exigência do curso de formação de professores.
Fala da importância que é conhecer o aluno e ter um olhar
amplo e um cuidado muito especial para elaboração de qualquer atividade, pois
devemos conhecer a necessidade de cada um dentro do âmbito escolar. Dar
importância para o ritmo de cada aluno e tempo de aprendizagem, levando em
conta que é dever do professor transmitir tais conhecimentos.
Entender que o processo de ensino se dá de maneira
gradativa, obedecendo esse ritmo e tempo, como se é respeitado no processo de
aprendizagem.
Perceber o suporte que nos é dado pelos professores e
pela própria escola. Conquistar a autonomia dentro da sala, podendo produzir
com qualidade, sendo afetiva e conquistando o respeito e carinho da turma,
percebendo o que os interessa, trazendo tais informações para serem usadas ao
nosso benefício como educadoras.
Aponto aqui reflexões sobre a minha prática docente na
turma de 2° ano do Ensino Fundamental. Quais foram as dificuldades e
facilidades encontradas neste período enriquecedor.
CONSIDERAÇÕES
DA EXPERIÊNCIA DOCENTE – ESTÁGIO II
Emiliane Figueiredo
Sarate[1]
I.
Considerando
as necessidades individuais dos alunos, quais as demandas de trabalho com a
turma que julguei importante
Para que meu trabalho
como professora, nesse período de estágio e observações, tivesse um final a
meus olhos positivos, tive que correr atrás de informações julgadas importantes
e muito relevantes para que o aprendizado acontecesse.
Conhecer a cultura dos alunos, onde, com quem e como
vivem essas crianças que por este período foram nossa responsabilidade. Esse
conhecimento permitiu que fossemos amigos e nos respeitássemos, conhecendo as
limitações e os avanços de cada um. Sempre usando como recurso mais importante
o diálogo e a afetividade, proporcionando que o aluno tivesse uma aproximação
de maneira voluntária, promovendo e estimulando a criatividade e a vontade de
aprender, de questionar e participar das aulas.
Meu olhar sempre foi muito crítico ao avaliar e observar
cada criança, como se comunicava, como se portava dentro e fora da sala de
aula, usando diferentes métodos de conhecimentos e recursos, tendo uma
observação minuciosa em relação a qualquer reação diante de diferentes
situações e desafios propostos, tendo como objetivo conhecer e aprender a lidar
com as dificuldades e avanços da turma.
Antes de entrar na sala de aula, eu os conhecia através
de conversas com a professora, mas a partir do momento em que o meu contato foi
direto e pessoal, tive minha própria visão e pude entender melhor cada situação.
E hoje mais que nunca acredito que para todo e qualquer
trabalho dentro de uma sala de aula, devemos conhecer nossos alunos a fim de que possamos planejar algo. Só assim
saberemos que tipo de atividade poderemos desenvolver dentro da turma, onde a
maioria precisa de mais atenção, quem são a minoria, porque uns leem e outros não, se a faixa etária é a mesma,
porque todos não acompanham o mesmo raciocínio?
São estes tipos de questionamentos que surgem a partir do
momento que tu te deparas com uma turma onde tu planejas ler um texto, e em
seguida pede que a turma faça sua leitura. Imaginem a situação de não conhecer
os alunos? Quem lê quem não lê? Saia justa para o professor, constrangimento
para o aluno.
Por isto acredito que uma das demandas mais importantes e
significativas para o bom trabalho dentro da sala de aula, considerando uma
turma heterogênea e suas necessidades individuais, está muito ligada a pesquisa
da realidade e do entorno da turma. A partir disto a busca por atividades e
recursos para elaboração de atividades surgirão de maneira mais clara.
Se hoje eu pudesse refazer meus planos eu faria
diferente, pois com o passar dos dias eu os conheci muito mais. Hoje sei o que
gostam, o que os atrai, como chegar a qualquer um, quando ficam em silêncio e o
que lhes causam alvoroço.
II.
Ações
que foram necessárias para garantir a aprendizagem de todos
O trabalho em grupo
nos ajudou bastante, a mudança de lugar, pois eles estavam separados em dois
grupos, sendo um com os três meninos que não acompanhavam a turma e o outro
grupo com o restante. Mudei a posição das cadeiras, deixando a turma em duplas
e trios alternados, acredito que esta atitude facilitou a minha participação
como professora, pois os alunos sentiram-se tratados de maneira igual, pois os
três meninos conforme a atividade sentiam-se parte da turma do 1° ano, turma
que dividia a sala de aula.
A
participação de todos na hora da leitura de textos e correções no quadro. Por ser uma turma multiseriada, aqueles que
sabiam um pouco menos, e que não leem, se sentiam alunos do 1° ano e não do 2°
ano. Pois as atividades que a professora passava muitas vezes era a mesma do
1°. Senti que algumas vezes eles se sentiam acomodados com esta situação, e não
faziam esforço nenhum para acompanhar a turma de 2° ano, na qual fiz meu
estágio.
Por isto comecei a sentá-los em grupos mistos, para que
em algumas atividades se ajudassem, e a mudança de lugar também. Eles
sentavam-se em trios ou quartetos. Deu certo, e aqueles que não sabiam ler,
estavam participando mais das aulas, pois os fazia acompanhar com o dedo a
leitura e que prestassem atenção, pois ao questionar sobre o assunto deveriam
me responder.
Eles aprenderam a questionar e ficavam ansiosos pela
próxima atividade.
Já com os mais adiantados, eu, sem parecer os forçava um
pouco mais, para ganhar tempo com os mais lentos, os “rapidinhos” copiavam as
atividades em letras cursivas, eles aprendiam a escrever e de outra maneira e
assim davam tempo para os que demoravam mais para copiar. Procurei atividades
que os motivassem e proporcionassem prazer ao realiza-las.
Conforme VASCONCELLOS “O educador deverá entender o
educando, seu ponto de vista, para saber como ajuda-lo na construção do
conhecimento”.
E é aí que percebemos o quão é importante o conhecimento
prévio da turma.
III
Como meu planejamento considerou tais
demandas
Como
já citei, se pudesse fazer novos planejamentos hoje para esta turma de 2° ano faria
algumas alterações. Pois o conhecimento prévio que tinha da turma ficou bem
abrangente. Conheço melhor as suas necessidades e interesses. Sem falar que no
fim do meu estágio a turma estava 90% mais ouvinte e participativa. Pois
mudanças nos planos aconteceram, e foram bem positivas, aproveitei e moldei algumas
atividades para os gostos da turma. Ligar as atividades propostas com assuntos
de seus interesses dá um resultado muito bom. Posso citar aqui um momento que
não estava em meus planos de aula que foi a abertura da Copa na escola. Não
estava anexa aos meus planos, pois as professoras decidiram após o envio do
mesmo. Porém em meu diário de classe, fiz as alterações.
Nesta
manhã festiva (foi de manhã, pois a tarde aconteceria a abertura Oficial da
Copa) tivemos apresentações sobre curiosidades da Copa. Nossa turma ficou
responsável pela apresentação do Mascote da Copa, Apresentado por um dos alunos
que nos momentos de leitura é o primeiro a se manifestar levantando e
lendo em voz alta para todos os colegas frente a turma. Os demais alunos
apresentaram os 12 estádio quais acontecem os jogos.
Nesta
semana eles estavam super empolgados, querendo ler, aprender, escrever no
caderno os dias dos jogos, quantas pessoas o estádio suportava. As aulas fluiram
muito bem, e eles estavam empolgadíssimos, se sentiam importantes. Saberia como
lidar melhor com as diferenças de ritmos e tempo de aprendizagem existente na
turma. Acredito que fui avançando a cada dia, que não fui a mesma nestes dias,
evolui dia após dia. Percebi no momento em que comecei a me sentir parte da turma.
Por isto mais uma vez digo, um bom trabalho dentro da sala de aula começa
quando conhecemos as crianças que serão nossas parceiras e responsabilidades
nossas, em suas aprendizagens.
III-
A
partir das situações de aprendizagem e não aprendizagem qual meu papel diante:
Da
matiz curricular e do Projeto Político Pedagógico da Escola:
A
escola se vê como o reflexo da comunidade na qual está inserida. E como quem
manda no mundo não são só apenas e principalmente boas intenções, a instituição
de ensino tem como principal objetivo as práticas que evidenciem a
solidariedade. As propostas Políticas Pedagógicas estão pautadas nos princípios
de Educação.
Os
valores dessa escola manifestam-se na harmonia, abertura, amizade,
transparência, liberdade, alegria, verdade e solidariedade.
Tal
melhoria requer uma transformação, a partir dos valores, e compreensão da
educação não só como ensino, mas também como cidadania e sabedoria de vida,
resgatando a consciência histórica e cultural, efetivamente democrática onde os
princípios da participação, descentralizassem de poder e trabalho em equipe, e
que isto fosse visto como uma atividade de cotidiano do trabalho pedagógico.
(PPP – da E.E.E.Fund. Felipe Nery de Aguiar, 2007)
A
melhoria da educação implica bem mais do que a simples melhoria do ensino que
está por aí.
Da
aprendizagem dos alunos:
Eis
aqui a tarefa mais importante de um professor, a aprendizagem dos alunos, a
principal meta de qualquer educador é ensinar e fazer com que o alunos aprenda.
Acredita-se
que um bom relacionamento entre professor e aluno está relacionado ao grau de
segurança do professor. Se o professor está seguro do que diz e ensina é certo
que o aluno também vai se sentir seguro e à vontade para dialogar sobre questionamentos e dúvidas
que poderão surgir.
No
início o frio na barriga era certo, mas ao momento em que fui me relacionando
com a turma, fui me sentindo segura e preparada para qualquer situação, e mais
que ensinar aprendemos muitos com essas crianças, muitas nos dão lições
de vida, de como lidar e de agradecer por coisas simples do cotidiano.
“A
relação professor-aluno também ficou mais gostosa, pois só agora entendo que o
educador não é dono do saber ou seja aquele que despeja ou apenas repassa todo
o seu conhecimento sobre os alunos, mas sim, é aquele que orienta, incentiva,
redescobre e muitas vezes até aprende com os alunos.” (HOFFMANN, 1993,p86)
Aprendemos
a dar valor para tudo que nos rodeia. E isto motiva, e me deu muita força para
querer ensinar, de maneira que os alunos entendessem e aprendessem, não apenas
decorassem, ou fizessem naquele momento as atividades.
Da
relação com a realidade concreta:
A realidade nos dá conta no momento em que
entramos na sala de aula e percebemos que nossos planejamentos não são úteis se
não soubermos qual o objetivo que queremos alcançar. Não adianta de nada um
ótimo plano de aula, se não conhecermos a turma em que ele será desenvolvido,
pois pode não ser viável para aquela turma.
Da
organização e coordenação das propostas na sala a fim de potencializar a
aprendizagem:
Qualquer
má escolha dentro da sala de aula poderá resultar um fato não muito agradável
ou produtivo.
Eis
aí o nosso pensar neste final de estágio, errar para acertar. Acredito que o
meu crescimento e amadurecimento como professora se deu muito a isto. Os meus
erros nunca foram vistos como empecilhos e sim como degraus para que eu viesse
a acertar e subir um a um. Pois se dava errado alguma coisa, é porque eu
deveria mudar algumas posturas, ou atividades que estavam sendo propostas.
Assim aos poucos tornou-se mais tranquila a transmissão de conhecimentos a esta
turma de 2° ano, ao momento que eu acertava eles se tornavam mais presentes nas
atividades e eu ganhava confiança para seguir a diante.
Na
busca pela rede de apoio:
Fui
muito bem acolhida na escola, e as professoras são muito unidas, principalmente
as do currículo, onde tive o maior contato. Todas trabalham em prol dos alunos,
assim como a diretora e vice, que são bem presentes na rotina estudantil dos
alunos. Tive livre acesso em toda a escola, podendo trabalhar em qualquer
ambiente e livre para ocupar qualquer material que estivesse disponível.
Isto
facilitou muito o meu trabalho, pois fiquei muito à vontade e pretendo
continuar esta parceria. Colocando-me sempre à disposição da escola, pois todos
foram de grande importância nesta etapa
de estágios.
CONCLUSÃO
Ao
concluir este artigo observei mais uma vez o quão importante é a prática de
planejar e transmitir conhecimentos.
Saber
é fácil, agora ensinar, é outra coisa. Por isto nós como professoras temos o
direito e dever de ter um conhecimento prévio da turma, para que se haja
uma educação produtiva e continuada. Estas práticas docentes vieram para
concluir a minha escolha. Amo o que faço, e cada vez quero melhorar e mais,
para que os erros diminuam e os acertos sejam a maioria. Que eu consiga a
planejar de maneira dinâmica e atrativa, para que os alunos possam acompanhar
do mesmo modo qualquer atividade proposta, pensando em cada um com seus
limites, tempo, facilidades e suas dificuldades.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
HOFFMANN
(1993, p.86);
PPP
– Projeto
Político Pedagógico da E.E.E.Fund. Celfelipe Nery de Aguiar
VASCONCELLOS,
Celso dos S. Metodologia Dialética em Sala de Aula, In: Revista de Educação
AEC, Brasília: abril de 1992 (n. 83);
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