sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Experiência Docente II

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
POLO DE ITAQUI – RS
CENTRO DE LICENCIATURA DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA









Experiência Docente II






Emiliane Figueiredo Sarate











ITAQUI, RS
2014
INTRODUÇÃO


            O presente artigo trata da importância que é conhecer o aluno para que se faça um bom trabalho como professor. Tendo como exemplo a minha prática docente em um período de mais ou menos 2 meses, sendo uma exigência do curso de formação de professores.
            Fala da importância que é conhecer o aluno e ter um olhar amplo e um cuidado muito especial para elaboração de qualquer atividade, pois devemos conhecer a necessidade de cada um dentro do âmbito escolar. Dar importância para o ritmo de cada aluno e tempo de aprendizagem, levando em conta que é dever do professor transmitir tais conhecimentos.
            Entender que o processo de ensino se dá de maneira gradativa, obedecendo esse ritmo e tempo, como se é respeitado no processo de aprendizagem.
            Perceber o suporte que nos é dado pelos professores e pela própria escola. Conquistar a autonomia dentro da sala, podendo produzir com qualidade, sendo afetiva e conquistando o respeito e carinho da turma, percebendo o que os interessa, trazendo tais informações para serem usadas ao nosso benefício como educadoras.
            Aponto aqui reflexões sobre a minha prática docente na turma de 2° ano do Ensino Fundamental. Quais foram as dificuldades e facilidades encontradas neste período enriquecedor.











 





CONSIDERAÇÕES DA EXPERIÊNCIA DOCENTE – ESTÁGIO II
Emiliane Figueiredo Sarate[1]


I.              Considerando as necessidades individuais dos alunos, quais as demandas de trabalho com a turma  que julguei importante
            Para que meu trabalho como professora, nesse período de estágio e observações, tivesse um final a meus olhos positivos, tive que correr atrás de informações julgadas importantes e muito relevantes para que o aprendizado acontecesse.
            Conhecer a cultura dos alunos, onde, com quem e como vivem essas crianças que por este período foram nossa responsabilidade. Esse conhecimento permitiu que fossemos amigos e nos respeitássemos, conhecendo as limitações e os avanços de cada um. Sempre usando como recurso mais importante o diálogo e a afetividade, proporcionando que o aluno tivesse uma aproximação de maneira voluntária, promovendo e estimulando a criatividade e a vontade de aprender, de questionar e participar das aulas.
            Meu olhar sempre foi muito crítico ao avaliar e observar cada criança, como se comunicava, como se portava dentro e fora da sala de aula, usando diferentes métodos de conhecimentos e recursos, tendo uma observação minuciosa em relação a qualquer reação diante de diferentes situações e desafios propostos, tendo como objetivo conhecer e aprender a lidar com as dificuldades e avanços da turma.
            Antes de entrar na sala de aula, eu os conhecia através de conversas com a professora, mas a partir do momento em que o meu contato foi direto e pessoal, tive minha própria visão e pude entender melhor cada situação.
            E hoje mais que nunca acredito que para todo e qualquer trabalho dentro de uma sala de aula, devemos conhecer nossos alunos  a fim de que possamos planejar algo. Só assim saberemos que tipo de atividade poderemos desenvolver dentro da turma, onde a maioria precisa de mais atenção, quem são a minoria, porque uns leem e  outros não, se a faixa etária é a mesma, porque todos não acompanham o mesmo raciocínio?
            São estes tipos de questionamentos que surgem a partir do momento que tu te deparas com uma turma onde tu planejas ler um texto, e em seguida pede que a turma faça sua leitura. Imaginem a situação de não conhecer os alunos? Quem lê quem não lê? Saia justa para o professor, constrangimento para o aluno.
            Por isto acredito que uma das demandas mais importantes e significativas para o bom trabalho dentro da sala de aula, considerando uma turma heterogênea e suas necessidades individuais, está muito ligada a pesquisa da realidade e do entorno da turma. A partir disto a busca por atividades e recursos para elaboração de atividades surgirão de maneira mais clara.
            Se hoje eu pudesse refazer meus planos eu faria diferente, pois com o passar dos dias eu os conheci muito mais. Hoje sei o que gostam, o que os atrai, como chegar a qualquer um, quando ficam em silêncio e o que lhes causam alvoroço.

II.            Ações que foram necessárias para garantir a aprendizagem de todos
            O trabalho em grupo nos ajudou bastante, a mudança de lugar, pois eles estavam separados em dois grupos, sendo um com os três meninos que não acompanhavam a turma e o outro grupo com o restante. Mudei a posição das cadeiras, deixando a turma em duplas e trios alternados, acredito que esta atitude facilitou a minha participação como professora, pois os alunos sentiram-se tratados de maneira igual, pois os três meninos conforme a atividade sentiam-se parte da turma do 1° ano, turma que dividia a sala de aula.
A participação de todos na hora da leitura de textos e correções no quadro.  Por ser uma turma multiseriada, aqueles que sabiam um pouco menos, e que não leem, se sentiam alunos do 1° ano e não do 2° ano. Pois as atividades que a professora passava muitas vezes era a mesma do 1°. Senti que algumas vezes eles se sentiam acomodados com esta situação, e não faziam esforço nenhum para acompanhar a turma de 2° ano, na qual fiz meu estágio.
            Por isto comecei a sentá-los em grupos mistos, para que em algumas atividades se ajudassem, e a mudança de lugar também. Eles sentavam-se em trios ou quartetos. Deu certo, e aqueles que não sabiam ler, estavam participando mais das aulas, pois os fazia acompanhar com o dedo a leitura e que prestassem atenção, pois ao questionar sobre o assunto deveriam me responder.
            Eles aprenderam a questionar e ficavam ansiosos pela próxima atividade.
            Já com os mais adiantados, eu, sem parecer os forçava um pouco mais, para ganhar tempo com os mais lentos, os “rapidinhos” copiavam as atividades em letras cursivas, eles aprendiam a escrever e de outra maneira e assim davam tempo para os que demoravam mais para copiar. Procurei atividades que os motivassem e proporcionassem prazer ao realiza-las.
            Conforme VASCONCELLOS “O educador deverá entender o educando, seu ponto de vista, para saber como ajuda-lo na construção do conhecimento”.
            E é aí que percebemos o quão é importante o conhecimento prévio da turma.
III Como meu planejamento considerou  tais demandas
Como já citei, se pudesse fazer novos planejamentos hoje para esta turma de 2° ano faria algumas alterações. Pois o conhecimento prévio que tinha da turma ficou bem abrangente. Conheço melhor as suas necessidades e interesses. Sem falar que no fim do meu estágio a turma estava 90% mais ouvinte e participativa. Pois mudanças nos planos aconteceram, e foram bem positivas, aproveitei e moldei algumas atividades para os gostos da turma. Ligar as atividades propostas com assuntos de seus interesses dá um resultado muito bom. Posso citar aqui um momento que não estava em meus planos de aula que foi a abertura da Copa na escola. Não estava anexa aos meus planos, pois as professoras decidiram após o envio do mesmo. Porém em meu diário de classe, fiz as alterações.
Nesta manhã festiva (foi de manhã, pois a tarde aconteceria a abertura Oficial da Copa) tivemos apresentações sobre curiosidades da Copa. Nossa turma ficou responsável pela apresentação do Mascote da Copa, Apresentado por um dos  alunos  que nos momentos de leitura é o primeiro a se manifestar levantando e lendo em voz alta para todos os colegas frente a turma. Os demais alunos apresentaram os 12 estádio quais acontecem os jogos.
Nesta semana eles estavam super empolgados, querendo ler, aprender, escrever no caderno os dias dos jogos, quantas pessoas o estádio suportava. As aulas fluiram muito bem, e eles estavam empolgadíssimos, se sentiam importantes. Saberia como lidar melhor com as diferenças de ritmos e tempo de aprendizagem existente na turma. Acredito que fui avançando a cada dia, que não fui a mesma nestes dias, evolui dia após dia. Percebi no momento em que comecei a me sentir parte da turma. Por isto mais uma vez digo, um bom trabalho dentro da sala de aula começa quando conhecemos as crianças que serão nossas parceiras e responsabilidades nossas, em suas aprendizagens.



III-           A partir das situações de aprendizagem e não aprendizagem qual meu papel diante:
Da matiz curricular e do Projeto Político Pedagógico da Escola:
A escola se vê como o reflexo da comunidade na qual está inserida. E como quem manda no mundo não são só apenas e principalmente boas intenções, a instituição de ensino tem como principal objetivo as práticas que evidenciem a solidariedade. As propostas Políticas Pedagógicas estão pautadas nos princípios de Educação.
Os valores dessa escola manifestam-se na harmonia, abertura, amizade, transparência, liberdade, alegria, verdade e solidariedade.

Tal melhoria requer uma transformação, a partir dos valores, e compreensão da educação não só como ensino, mas também como cidadania e sabedoria de vida, resgatando a consciência histórica e cultural, efetivamente democrática onde os princípios da participação, descentralizassem de poder e trabalho em equipe, e que isto fosse visto como uma atividade de cotidiano do trabalho pedagógico. (PPP – da E.E.E.Fund. Felipe Nery de Aguiar, 2007)

A melhoria da educação implica bem mais do que a simples melhoria do ensino que está por aí.

Da aprendizagem dos alunos:
Eis aqui a tarefa mais importante de um professor, a aprendizagem dos alunos, a principal meta de qualquer educador é ensinar e fazer com que o alunos aprenda.
Acredita-se que um bom relacionamento entre professor e aluno está relacionado ao grau de segurança do professor. Se o professor está seguro do que diz e ensina é certo que o aluno também vai se sentir seguro e à vontade  para dialogar sobre questionamentos e dúvidas que poderão surgir.
No início o frio na barriga era certo, mas ao momento em que fui me relacionando com a turma, fui me sentindo segura e preparada para qualquer situação, e mais que ensinar aprendemos muitos com essas crianças, muitas nos dão lições de vida, de como lidar e de agradecer por coisas simples do cotidiano.

“A relação professor-aluno também ficou mais gostosa, pois só agora entendo que o educador não é dono do saber ou seja aquele que despeja ou apenas repassa todo o seu conhecimento sobre os alunos, mas sim, é aquele que orienta, incentiva, redescobre e muitas vezes até aprende com os alunos.” (HOFFMANN, 1993,p86)

Aprendemos a dar valor para tudo que nos rodeia. E isto motiva, e me deu muita força para querer ensinar, de maneira que os alunos entendessem e aprendessem, não apenas decorassem, ou fizessem naquele momento as atividades.

Da relação com a realidade concreta:
A realidade nos dá conta no momento em que entramos na sala de aula e percebemos que nossos planejamentos não são úteis se não soubermos qual o objetivo que queremos alcançar. Não adianta de nada um ótimo plano de aula, se não conhecermos a turma em que ele será desenvolvido, pois pode não ser viável para aquela turma.

Da organização e coordenação das propostas na sala a fim de potencializar a aprendizagem:
Qualquer má escolha dentro da sala de aula poderá resultar um fato não muito agradável ou produtivo.
Eis aí o nosso pensar neste final de estágio, errar para acertar. Acredito que o meu crescimento e amadurecimento como professora se deu muito a isto. Os meus erros nunca foram vistos como empecilhos e sim como degraus para que eu viesse a acertar e subir um a um. Pois se dava errado alguma coisa, é porque eu deveria mudar algumas posturas, ou atividades que estavam sendo propostas. Assim aos poucos tornou-se mais tranquila a transmissão de conhecimentos a esta turma de 2° ano, ao momento que eu acertava eles se tornavam mais presentes nas atividades e eu ganhava confiança para seguir a diante.

Na busca pela rede de apoio:
Fui muito bem acolhida na escola, e as professoras são muito unidas, principalmente as do currículo, onde tive o maior contato. Todas trabalham em prol dos alunos, assim como a diretora e vice, que são bem presentes na rotina estudantil dos alunos. Tive livre acesso em toda a escola, podendo trabalhar em qualquer ambiente e livre para ocupar qualquer material que estivesse disponível.
Isto facilitou muito o meu trabalho, pois fiquei muito à vontade e pretendo continuar esta parceria. Colocando-me sempre à disposição da escola, pois todos foram de grande importância  nesta etapa de estágios.




CONCLUSÃO

Ao concluir este artigo observei mais uma vez o quão importante é a prática de planejar e transmitir conhecimentos.
Saber é fácil, agora ensinar, é outra coisa. Por isto nós como professoras temos o direito e dever de ter um conhecimento prévio da turma, para que se haja uma educação produtiva e continuada. Estas práticas docentes vieram para concluir a minha escolha. Amo o que faço, e cada vez quero melhorar e mais, para que os erros diminuam e os acertos sejam a maioria. Que eu consiga a planejar de maneira dinâmica e atrativa, para que os alunos possam acompanhar do mesmo modo qualquer atividade proposta, pensando em cada um com seus limites, tempo, facilidades e suas dificuldades.






















REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


HOFFMANN (1993, p.86);

PPP – Projeto Político Pedagógico da E.E.E.Fund. Celfelipe Nery de Aguiar

VASCONCELLOS, Celso dos S. Metodologia Dialética em Sala de Aula, In: Revista de Educação AEC, Brasília: abril de 1992 (n. 83);

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