UNIVERSIDADE FEDERAL
DE PELOTA
UNIVERSIDADE ABERTA
DO BRASIL
CENTRO DE EDUCAÇÃO
ABERTA E A DISTÂNCIA
LICENCIATURA EM
PEDAGOGIA – EaD
Estágio de Ensino Fundamental
Celoni da Silva dos Santos
Itaqui, 2014
Introdução
O presente artigo tem por objetivo
apresentar as reflexões referentes as vivências encontradas durante o estágio
no 3º ano do ensino fundamental na escola parceira Vicente Solés. Trazendo em
seu contexto um embasamento teórico com conceitos que serviram de base para o
desenvolvimento do referido estágio.
Etapas de ensino: Refere-se às
características da escola, a importância do planejamento no referido estágio,
considerando o projeto Político Pedagógico e a matriz curricular da etapa de
ensino .
Aprendizagem dos alunos: Partindo de
uma ideia na qual os sujeitos saiam da absorção de conceitos repetidos e
tornem-se participativos na construção do processo de aprendizagem.
Ação como Docente: Refere-se à
postura do professor e a importância da mesma frente ao processo de
aprendizagem.
Recursos da escola: Os recursos que a
escola dispõem para buscar o objetivo de desenvolver integralmente os seus
educandos.
Desenvolvimento
Etapas de ensino
A escola parceira possui uma
característica bem acolhedora e está sempre procurando resgatar a família para
junto da escola buscando desenvolver seus educandos não só nos aspectos
cognitivos mas também para o convívio social. O projeto Bilíngue é desenvolvido
na escola para que alunos não apenas conheçam outra língua, nesse caso o
espanhol, mas também possibilita viagens a cidade de Alvear na Argentina, como
troca de informações sobre a cultura do pais vizinho.
Através das observações foi possível ter uma
noção referente a turma onde desenvolvi o estágio, em vista da realidade
encontrada tornou-se claro a necessidade de estudar e criar um planejamento que
primeiramente revisasse os conteúdos, para que fosse considerado a realidade da
turma, ou seja, os diferentes sujeitos da mesma com diferentes características
e diferentes habilidades e também dificuldades.
...é o planejamento educacional que
possibilita uma organização metodológica do conteúdo a ser desenvolvido pelos
professores em sala de aula, baseado na necessidade e no conhecimento de mundo
dos alunos, que por sua vez são os principais interessados e beneficiados com o
sucesso nesse tipo de organização metodológica que vise o crescimento do homem
dentro da sociedade.
Amarilton de Souza Gama e Sonner Arfurx de
Figueiredo/2013.
O planejamento possibilitou que a
turma fosse estudada, que as atividades considerassem as diferenças presentes
na mesma mas que ao mesmo tempo integrasse o grupo para que as habilidades de
alguns sujeitos servissem de estimulo e auxilio as dificuldades de outros
sujeitos. Através do planejamento as estratégias consideraram a leitura de
mundo desses alunos e estimularam os mesmos a ação de questionar e construir
hipóteses, tornando-os mais ativos e construtores da sua própria aprendizagem.
Organizando essas possibilidades
foram desenvolvidos os conteúdos com atividades que consideraram o uso da
ludicidade e do manuseio de materiais concretos na construção e desenvolvimento
do raciocínio lógico. Jogos, musicas, danças, brincadeiras, técnicas, folhas
xerocadas com atividades criativas, foram fundamentais no desenvolvimento de
aulas mais dinâmicas e que quebrassem a tradicional rotina da sala de aula.
O jogo é a maneira natural de as crianças
interagirem entre si, vivenciando situações, manifestando indagações, formulando
estratégias e verificando seus acertos e erros, e poderem através deles,
reformularem, sem qualquer punição, seu planejamento e as novas ações.
Vania
Dohme-Atividades Lúdicas na Educação/2003.
Pensando em uma metodologia que
considerasse o desenvolvimento do aluno como um todo, preparado e capaz para
conviver em sociedade, pois é dessa forma que a escola deixa explicita a sua
meta através do P.P.P e cumprindo o cronograma de conteúdos a ser desenvolvido
foi estudado um planejamento que em um primeiro momento revisasse os conteúdos
estudados, para que através dessa revisão fosse observado o nível de
conhecimento da turma e também para que houvesse uma retomada desses conteúdos,
fazendo uso de estratégias que trouxessem um sentido para a aprendizagem dos
mesmos.
Nas semanas seguintes, com mais
conhecimentos e segurança em relação a turma fomos adentrando nos conteúdos
novos e em todas as aulas foi procurado o enriquecimento dos mesmos através da
diversidade de atividades que instigassem os educandos a se tornarem ativos na
construção do mesmo
.
Aprendizagem
dos alunos
Partindo de uma ideia de que os
sujeitos saiam da absorção de conceitos repetidos e tornem-se participativos na
construção do processo de aprendizagem, como definem as Regras Gerais da Didática
Piagetiana. “A criança deve aprender pela sua própria ação. Deixar que ela
tente, experimente, observe...’’ Percebendo com sensibilidade as diferentes
demandas encontradas na turma, foi fundamental considerar a bagagem de
conhecimentos já adquiridos pelos alunos, trabalhar partindo desse ponto e
fazer uso da diversificação de atividades, proporcionando o trabalho em grupo,
para que durante esse momento houvesse a troca de experiências e aquele aluno
com mais dificuldade pudesse aprender interagindo com os colegas.
A utilização de materiais concretos
para a realização de atividades, jogos, técnicas, brincadeiras, atividades que
permitiam que os alunos interagissem e construíssem a sua interpretação sobre o
tema.
Outro ponto fundamental foi o estimulo
sobre as habilidades para que o aluno adquirisse confiança para ir superando as
dificuldades. No momento em que era incentivado determinada habilidade do
alunos ele se sentia valorizado e mais capaz, ou seja, sem medo de tentar
superar suas dificuldades. Nessa situação considero importante citar a
importância dessa mediação com uma aluna que possuía dificuldades com a leitura
e sempre que se via diante de uma atividade a sua primeira reação era de dizer
“- Eu não sei fazer”. Na primeira semana durante a revisão dos conteúdos
percebemos que ela tinha grandes habilidades em matemática, fazia cálculos com
rapidez, pedia para que fizéssemos a leitura dos problemas e rapidamente os
interpretava. Diante desse fato começamos a elogiá-la diante da turma e incentiva-la,
mostrando a todos que ela era muito capaz. A menina foi adquirindo confiança e
não demorou muito para começar a se lançar no desafio de enfrentar as suas
dificuldades com a leitura.
Nesta relação entre o
sujeito que teme a situação ou o objeto do medo há ainda outro elemento
componente que é o sentimento de insegurança do sujeito temeroso. Insegurança
para enfrentar o obstáculo.
Freire. Segunda Carta/1997.
Atividades que trouxessem fatos,
situações da rotina dos alunos, foram de extrema produtividade, proporcionando
aos mesmos uma aprendizagem significativa, eles percebiam o real sentido do que
estava sendo desenvolvido.
O contato direto com os alunos,
através da mediação das atividades, do diálogo, daquela tradicional visita na classe,
da correção do caderno, permitiam uma aproximação afetiva entre professor e
alunos e esse fato proporcionava uma visualização do desenvolvimento do aluno e
aquele aluno mais tímido se sentia mais integrado, mais valorizado e no
decorrer dos dias ele ia sentindo mais confiante e mais participativo.
A construção de um planejamento que
valorizou a leitura de mundo dos alunos e ofereceu matéria prima para que eles
participassem, construíssem as suas interpretações com a utilização de material
concreto e fazendo uso de atividades lúdicas no desenvolvimento das aulas, foi
fundamental para potencializar a aprendizagem dos alunos, pois a criança tem
capacidade de aprender criando, manipulando, brincando e interagindo com o
meio, sendo sujeito ativo no seu desenvolvimento.
Ação
como docente
O curso de licenciatura em Pedagogia
a Distancia ofereceu uma base teórica da pratica como professor, as parcerias
com as escolas proporcionaram a relação entre a teoria e a pratica.
A preparação para o estágio foi um momento
de muito estudo e no decorrer do mesmo foi percebido a necessidade de estudar
ainda mais, para ter segurança diante da turma e conseguir desenvolver um
trabalho com objetivos claros e definidos.
O fato, porém, de que
ensinar ensina o ensinante um certo conteúdo não deve significar, de modo
algum, que o ensinante se aventure a ensinar sem competência para o fazê-lo.
Paulo Freire. Primeira
Carta/1997.
O professor deve adotar uma postura
de constante aprendizagem e estar aberto, para a troca de informações com
outros colegas, buscar constantemente leituras que enriqueçam cada vez mais a
sua pratica.
Observar os alunos, estudar, planejar
as ações foi fundamental para que despertasse a percepção de que era necessário
estudar, estar preparado para desenvolver as aulas planejadas pois aprendemos
constantemente, basta estarmos receptivos para a aprendizagem.
No decorrer do estágio foi se
tornando visível a necessidade de estar sempre pensando e repensando a pratica,
pois cada turma, cada escola, possui a sua realidade e isso faz necessário que
o professor se ajuste as diferentes realidades e para que isso se concretize o
docente precisa estar preparado, com sua pratica fortalecida.
O estudo, a pesquisa, a troca de
informações com outros profissionais com mais experiências foram fundamentais
pata o direcionamento das ações durante o estágio, para que fosse desenvolvida
uma postura que mediasse as ações de ensino e proporcionasse entre alunos e
professora uma constante troca, ou seja momentos de aprendizagem para ambas as
partes
Recursos
da escola
Na busca de oferecer aos alunos uma
aprendizagem que também possibilite a sua preparação para o convívio em
sociedade, a escola busca se estruturar entre professores, equipe diretiva,
psicóloga e está sempre buscando resgatar a família para junto da escola.
O trabalho desenvolvido através do intercâmbio
com uma escola da Argentina proporciona momentos de aprendizagem e troca de
conhecimentos referentes a diversidade cultural dos dois países.
Durante o estágio as atividades do
Projeto Bilíngue estavam temporariamente suspensas com prazo para retorno no
mês de Julho, mas sem dúvida era visível o contentamento dos alunos com esse
recurso que a escola oferece.
O acesso a sala de informática estava
suspenso, retornando nos últimos dias do estágio, mas com absoluta certeza é um
grande recurso para auxiliar na aprendizagem dos alunos.
O respeito, a liberdade que foi
proporcionada durante o estágio, para que pudesse desenvolver as atividades, a
segurança que a equipe diretiva direciona para com os estagiários foram
fundamentais para o desenvolvimento do estágio.
A professora da turma foi
verdadeiramente uma parceira, proporcionando momentos de troca de informações
entre estagiaria, com novidades e com acesso à tecnologia e informações e ela
com sua bagagem de experiência e conhecimento adquirido pela pratica e formação
no desempenho de sua função.
A superação das dificuldades
encontradas, bem como o êxito no desenvolvimento do estágio aconteceu devido a
esse conjunto de situações, situações essas que fazem parte da rotina de quem
se dispõe a ensinar e aprender, ou seja, ao mesmo tempo que se ensina também se
aprende, pois para ser ensinante é necessário ter uma postura de aprendente.
Conclusão
Tornou-se importante destacar a
importância da parceria firmada com a instituição escolar que sempre se mostrou
receptiva oferecendo total liberdade tanto para observações como para o
desenvolvimento do estágio. Foi através dessa parceria que possibilitou que
acontecesse a relação entre a teoria e a pratica no curso de Licenciatura em
Pedagogia a Distância.
Outro item a ser destacado foi a
importância da preparação prévia de um planejamento estudado e elaborado em
conjunto pela dupla de estagiárias, para que o mesmo acontecesse de forma
flexível mas sem perder os objetivos pretendidos,
Ao termino do estágio ficou a certeza
da importância do professor adotar uma postura de constante aprendiz para se
tornar um mediador no processo de ensino aprendizagem.
Referências
Bibliográficas
GAMA. AMARILTON DE SOUZA e ARFUX SONNER -O
planejamento no Contexto Escolar.2013.
FREIRE. PAULO - Professora sim Tia
Não/Cartas à quem ousa ensinar. Editora Olho D’água- São Paulo-SP.1997.
HICKEL. NEUSA - A
Inteligência é um Processo e não um Dom- 1991.comentários Analisa Zorzi;
Adriane Vieira Fernandes; Fernanda Novo da Silva; Simone Rodriguês.
DOHME. VANIA -Atividades Lúdicas na Educação-O caminho de Tijolos amarelos do aprendizado. Editora Vozes-Petrópolis,
RJ.2003.
Pró Letramento-distribuição
Secretaria de Educação Básica. Brasília- DF.
Nenhum comentário:
Postar um comentário