segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Estágio de Ensino Fundamental



UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTA
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA E A DISTÂNCIA
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA – EaD





Estágio de Ensino Fundamental





Celoni da Silva dos Santos





Itaqui, 2014
Introdução
O presente artigo tem por objetivo apresentar as reflexões referentes as vivências encontradas durante o estágio no 3º ano do ensino fundamental na escola parceira Vicente Solés. Trazendo em seu contexto um embasamento teórico com conceitos que serviram de base para o desenvolvimento do referido estágio.
Etapas de ensino: Refere-se às características da escola, a importância do planejamento no referido estágio, considerando o projeto Político Pedagógico e a matriz curricular da etapa de ensino .
Aprendizagem dos alunos: Partindo de uma ideia na qual os sujeitos saiam da absorção de conceitos repetidos e tornem-se participativos na construção do processo de aprendizagem.
Ação como Docente: Refere-se à postura do professor e a importância da mesma frente ao processo de aprendizagem.
Recursos da escola: Os recursos que a escola dispõem para buscar o objetivo de desenvolver integralmente os seus educandos.












Desenvolvimento
Etapas de ensino
A escola parceira possui uma característica bem acolhedora e está sempre procurando resgatar a família para junto da escola buscando desenvolver seus educandos não só nos aspectos cognitivos mas também para o convívio social. O projeto Bilíngue é desenvolvido na escola para que alunos não apenas conheçam outra língua, nesse caso o espanhol, mas também possibilita viagens a cidade de Alvear na Argentina, como troca de informações sobre a cultura do pais vizinho.
 Através das observações foi possível ter uma noção referente a turma onde desenvolvi o estágio, em vista da realidade encontrada tornou-se claro a necessidade de estudar e criar um planejamento que primeiramente revisasse os conteúdos, para que fosse considerado a realidade da turma, ou seja, os diferentes sujeitos da mesma com diferentes características e diferentes habilidades e também dificuldades.
...é o planejamento educacional que possibilita uma organização metodológica do conteúdo a ser desenvolvido pelos professores em sala de aula, baseado na necessidade e no conhecimento de mundo dos alunos, que por sua vez são os principais interessados e beneficiados com o sucesso nesse tipo de organização metodológica que vise o crescimento do homem dentro da sociedade.
Amarilton de Souza Gama e Sonner Arfurx de Figueiredo/2013.

O planejamento possibilitou que a turma fosse estudada, que as atividades considerassem as diferenças presentes na mesma mas que ao mesmo tempo integrasse o grupo para que as habilidades de alguns sujeitos servissem de estimulo e auxilio as dificuldades de outros sujeitos. Através do planejamento as estratégias consideraram a leitura de mundo desses alunos e estimularam os mesmos a ação de questionar e construir hipóteses, tornando-os mais ativos e construtores da sua própria aprendizagem.
Organizando essas possibilidades foram desenvolvidos os conteúdos com atividades que consideraram o uso da ludicidade e do manuseio de materiais concretos na construção e desenvolvimento do raciocínio lógico. Jogos, musicas, danças, brincadeiras, técnicas, folhas xerocadas com atividades criativas, foram fundamentais no desenvolvimento de aulas mais dinâmicas e que quebrassem a tradicional rotina da sala de aula.
O jogo é a maneira natural de as crianças interagirem entre si, vivenciando situações, manifestando indagações, formulando estratégias e verificando seus acertos e erros, e poderem através deles, reformularem, sem qualquer punição, seu planejamento e as novas ações. 
 Vania Dohme-Atividades Lúdicas na Educação/2003.
Pensando em uma metodologia que considerasse o desenvolvimento do aluno como um todo, preparado e capaz para conviver em sociedade, pois é dessa forma que a escola deixa explicita a sua meta através do P.P.P e cumprindo o cronograma de conteúdos a ser desenvolvido foi estudado um planejamento que em um primeiro momento revisasse os conteúdos estudados, para que através dessa revisão fosse observado o nível de conhecimento da turma e também para que houvesse uma retomada desses conteúdos, fazendo uso de estratégias que trouxessem um sentido para a aprendizagem dos mesmos.
Nas semanas seguintes, com mais conhecimentos e segurança em relação a turma fomos adentrando nos conteúdos novos e em todas as aulas foi procurado o enriquecimento dos mesmos através da diversidade de atividades que instigassem os educandos a se tornarem ativos na construção do mesmo
.



Aprendizagem dos alunos
Partindo de uma ideia de que os sujeitos saiam da absorção de conceitos repetidos e tornem-se participativos na construção do processo de aprendizagem, como definem as Regras Gerais da Didática Piagetiana. “A criança deve aprender pela sua própria ação. Deixar que ela tente, experimente, observe...’’ Percebendo com sensibilidade as diferentes demandas encontradas na turma, foi fundamental considerar a bagagem de conhecimentos já adquiridos pelos alunos, trabalhar partindo desse ponto e fazer uso da diversificação de atividades, proporcionando o trabalho em grupo, para que durante esse momento houvesse a troca de experiências e aquele aluno com mais dificuldade pudesse aprender interagindo com os colegas.
A utilização de materiais concretos para a realização de atividades, jogos, técnicas, brincadeiras, atividades que permitiam que os alunos interagissem e construíssem a sua interpretação sobre o tema.
Outro ponto fundamental foi o estimulo sobre as habilidades para que o aluno adquirisse confiança para ir superando as dificuldades. No momento em que era incentivado determinada habilidade do alunos ele se sentia valorizado e mais capaz, ou seja, sem medo de tentar superar suas dificuldades. Nessa situação considero importante citar a importância dessa mediação com uma aluna que possuía dificuldades com a leitura e sempre que se via diante de uma atividade a sua primeira reação era de dizer “- Eu não sei fazer”. Na primeira semana durante a revisão dos conteúdos percebemos que ela tinha grandes habilidades em matemática, fazia cálculos com rapidez, pedia para que fizéssemos a leitura dos problemas e rapidamente os interpretava. Diante desse fato começamos a elogiá-la diante da turma e incentiva-la, mostrando a todos que ela era muito capaz. A menina foi adquirindo confiança e não demorou muito para começar a se lançar no desafio de enfrentar as suas dificuldades com a leitura.
Nesta relação entre o sujeito que teme a situação ou o objeto do medo há ainda outro elemento componente que é o sentimento de insegurança do sujeito temeroso. Insegurança para enfrentar o obstáculo.
Freire. Segunda Carta/1997.

Atividades que trouxessem fatos, situações da rotina dos alunos, foram de extrema produtividade, proporcionando aos mesmos uma aprendizagem significativa, eles percebiam o real sentido do que estava sendo desenvolvido.
O contato direto com os alunos, através da mediação das atividades, do diálogo, daquela tradicional visita na classe, da correção do caderno, permitiam uma aproximação afetiva entre professor e alunos e esse fato proporcionava uma visualização do desenvolvimento do aluno e aquele aluno mais tímido se sentia mais integrado, mais valorizado e no decorrer dos dias ele ia sentindo mais confiante e mais participativo.
A construção de um planejamento que valorizou a leitura de mundo dos alunos e ofereceu matéria prima para que eles participassem, construíssem as suas interpretações com a utilização de material concreto e fazendo uso de atividades lúdicas no desenvolvimento das aulas, foi fundamental para potencializar a aprendizagem dos alunos, pois a criança tem capacidade de aprender criando, manipulando, brincando e interagindo com o meio, sendo sujeito ativo no seu desenvolvimento.

Ação como docente
O curso de licenciatura em Pedagogia a Distancia ofereceu uma base teórica da pratica como professor, as parcerias com as escolas proporcionaram a relação entre a teoria e a pratica.
A preparação para o estágio foi um momento de muito estudo e no decorrer do mesmo foi percebido a necessidade de estudar ainda mais, para ter segurança diante da turma e conseguir desenvolver um trabalho com objetivos claros e definidos.
O fato, porém, de que ensinar ensina o ensinante um certo conteúdo não deve significar, de modo algum, que o ensinante se aventure a ensinar sem competência para o fazê-lo.
Paulo Freire. Primeira Carta/1997.
O professor deve adotar uma postura de constante aprendizagem e estar aberto, para a troca de informações com outros colegas, buscar constantemente leituras que enriqueçam cada vez mais a sua pratica.
Observar os alunos, estudar, planejar as ações foi fundamental para que despertasse a percepção de que era necessário estudar, estar preparado para desenvolver as aulas planejadas pois aprendemos constantemente, basta estarmos receptivos para a aprendizagem.
No decorrer do estágio foi se tornando visível a necessidade de estar sempre pensando e repensando a pratica, pois cada turma, cada escola, possui a sua realidade e isso faz necessário que o professor se ajuste as diferentes realidades e para que isso se concretize o docente precisa estar preparado, com sua pratica fortalecida.
O estudo, a pesquisa, a troca de informações com outros profissionais com mais experiências foram fundamentais pata o direcionamento das ações durante o estágio, para que fosse desenvolvida uma postura que mediasse as ações de ensino e proporcionasse entre alunos e professora uma constante troca, ou seja momentos de aprendizagem para ambas as partes

Recursos da escola
Na busca de oferecer aos alunos uma aprendizagem que também possibilite a sua preparação para o convívio em sociedade, a escola busca se estruturar entre professores, equipe diretiva, psicóloga e está sempre buscando resgatar a família para junto da escola.
O trabalho desenvolvido através do intercâmbio com uma escola da Argentina proporciona momentos de aprendizagem e troca de conhecimentos referentes a diversidade cultural dos dois países.
Durante o estágio as atividades do Projeto Bilíngue estavam temporariamente suspensas com prazo para retorno no mês de Julho, mas sem dúvida era visível o contentamento dos alunos com esse recurso que a escola oferece.
O acesso a sala de informática estava suspenso, retornando nos últimos dias do estágio, mas com absoluta certeza é um grande recurso para auxiliar na aprendizagem dos alunos.
O respeito, a liberdade que foi proporcionada durante o estágio, para que pudesse desenvolver as atividades, a segurança que a equipe diretiva direciona para com os estagiários foram fundamentais para o desenvolvimento do estágio.
A professora da turma foi verdadeiramente uma parceira, proporcionando momentos de troca de informações entre estagiaria, com novidades e com acesso à tecnologia e informações e ela com sua bagagem de experiência e conhecimento adquirido pela pratica e formação no desempenho de sua função.
A superação das dificuldades encontradas, bem como o êxito no desenvolvimento do estágio aconteceu devido a esse conjunto de situações, situações essas que fazem parte da rotina de quem se dispõe a ensinar e aprender, ou seja, ao mesmo tempo que se ensina também se aprende, pois para ser ensinante é necessário ter uma postura de aprendente.




Conclusão
Tornou-se importante destacar a importância da parceria firmada com a instituição escolar que sempre se mostrou receptiva oferecendo total liberdade tanto para observações como para o desenvolvimento do estágio. Foi através dessa parceria que possibilitou que acontecesse a relação entre a teoria e a pratica no curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância.
Outro item a ser destacado foi a importância da preparação prévia de um planejamento estudado e elaborado em conjunto pela dupla de estagiárias, para que o mesmo acontecesse de forma flexível mas sem perder os objetivos pretendidos,
Ao termino do estágio ficou a certeza da importância do professor adotar uma postura de constante aprendiz para se tornar um mediador no processo de ensino aprendizagem.









Referências Bibliográficas

 GAMA. AMARILTON DE SOUZA  e  ARFUX   SONNER -O planejamento no Contexto Escolar.2013.
FREIRE. PAULO - Professora sim Tia Não/Cartas à quem ousa ensinar. Editora Olho D’água- São Paulo-SP.1997.
 HICKEL. NEUSA  - A Inteligência é um Processo e não um Dom- 1991.comentários Analisa Zorzi; Adriane Vieira Fernandes; Fernanda Novo da Silva; Simone Rodriguês.
  DOHME. VANIA -Atividades Lúdicas na Educação-O caminho de Tijolos amarelos do aprendizado. Editora Vozes-Petrópolis, RJ.2003.

Pró Letramento-distribuição Secretaria de Educação Básica. Brasília- DF.
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