quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Reflexões sobre a prática de ação docente em estágio supervisionado

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA E A DISTÂNCIA
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA – EaD

















 REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA DE AÇÃO DOCENTE EM ESTÁGIO SUPERVISIONADO








Lisete Maria Cigana











Itaqui, 2014

                                                   






Lisete Maria Cigana










REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA DE AÇÃO DOCENTE EM ESTÁGIO SUPERVISIONADO
                                                           




Artigo sobre Prática Docente II apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia- UFPel/UAB, como requisito à conclusão do Estágio Supervisionado de Lisete Maria Cigana

 
 







                                          





                                    Supervisor do Estágio CLPD: Lilian Lorenzato
Supervisor do Estágio Escola: Maira Amaro Valle

                                         





Itaqui, 2014













































Equipe docente responsável:

Luçaires Gonçalves

Débora Moreira Pinheiro

Brunari Meichtry

Juliandra Sanchotene

Adriane Arriada




Apresentação

Esta escrita tem por objetivo apresentar reflexões do estágio em prática docente II, realizado na E.M.E.F. GETÚLIO VARGAS, no Pré II, com crianças de 5 a 6 anos de idade.  Se fundamenta em dados adquiridos na construção do conhecimento científico durante o Curso de Licenciatura em Pedagogia à Distância da Ufpel, com intenção de formar profissionais capacitados e na pesquisa e observação consolidando-se no estágio de Prática Docente II, assim faço um breve apanhado de fatores que considero importantes na ação docente e a seguir descrevo alguns fatos ocorridos durante o estágio supervisionado, onde destaco a importância da pesquisa de entorno, reconhecendo as realidades vividas pelos alunos para integrá-las com os conteúdos e reforçando valores familiares e de convívio social. Percebendo ainda o fazer docente com consciência, buscando formações e informações para atender os alunos em seus tempos e modos de aprendizagem;


















REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA DE AÇÃO DOCENTE EM ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Para iniciarmos esta conversa, gostaria de elencar alguns elementos que se fizeram fundamentais para a realização deste trabalho, assim como fundamentaram a minha prática de ação docente no estágio supervisionado. Elementos estes que são:
-Pesquisa;
-Planejamento;
-Comprometimento com o ensino aprendizagem;
-Análise avaliativa da ação docente.
A pesquisa como forma de conhecer a realidade vivida pelos alunos, conhecer ou se familiarizar com as maneiras encontradas pela criança de se inteirar dos conhecimentos ofertados na escola, já que são muitas as formas de percepção e assimilação até que nos apropriemos deles. Muitos de nossos alunos  precisam de estímulos diferenciados para chegar a mesma conclusão que outros chegam com a explicação dada em sala de aula, e isso percebemos através de constante pesquisa desses meios.  Ela ainda se faz presente no momento de buscarmos aprimoramento dos saberes que deverão ser apresentados em aula, que tenham suas bases no plano curricular da área de atuação e que se fundem com a realidade vivida pelos alunos, buscando sempre maneiras de integrar conhecimento com o cotidiano dos alunos, em particular na escola parceira, muitos alunos buscam os recicláveis nas ruas da cidade, acompanhados ou não por maiores para levarem alguma renda diária para casa a fim de suprir as necessidades mínimas que possuem.
O planejamento visto como o pensar da ação docente, muito antes dos primeiros passos se pensa, organiza e planeja como se dará essa caminhada quais passos, quantos e de que forma serão dados e ainda,  onde queremos chegar com eles. De acordo com Libâneo (1994):
o planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades didáticas em termos de organização e coordenação em face dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino”.
 Esse pensar nas atividades, nas questões a serem abordadas, como interligar fatos com o cotidiano e relacionar com o que os alunos sabem a respeito delas agregando conhecimentos tanto para alunos como para professores quando comprometidos e cientes de sua condição de  aprendiz: “Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino.” (Freire, 1996), uma vez que devemos estar sempre buscando novos aprendizados para compor o que já temos.
Estando comprometidos com o ensino aprendizagem, estaremos formando uma parceria em sala de aula com os alunos, onde realizaremos um trabalho em conjunto buscando meios para aperfeiçoar nosso método de ensino que leve ao desenvolvimento de conhecimentos nas áreas que estamos abordando e assim à aprendizagem de todos, com a participação de todos nessa construção de saberes já que a aula não se dá apenas pelas explanações do professor, mas também a dos alunos e que as dúvidas deles são discutidas em grupo para se chegar a um determinado conceito, podendo ele ser alterado com novos dados que forem sendo expostos pelos colegas e quando necessário por objetos de pesquisas solicitadas pelo professor para que se chegue à elaboração concreta deste conceito, objeto de estudo que foi dado aqui como exemplo.
E por fim, considerei ainda a análise avaliativa da ação docente em estágio supervisionado neste caso, mas de mesma importância em toda ação docente como sendo o auge do processo, pois a partir dela teremos uma visão positiva ou negativa desse trabalho junto aos alunos, e é possível tomar algumas atitudes que nos coloquem no rumo desejado, possibilita pensar e repensar as estratégias usadas e buscar novas que aproximem a todos de uma aprendizagem significativa.

Segundo VASCONCELOS(1992), a construção do conhecimento se dá a partir de três momentos que se mesclam e devem ser as preocupações do professor em sala de aula, momentos estes que são:
-Mobilização para o Conhecimento: que é basicamente o interesse em conhecer, dando um significado inicial ao objeto.
-Construção do Conhecimento: neste momento o sujeito deve criar relações entre o objeto, criando representações mentais deste objeto.
-Elaboração da Síntese do Conhecimento: Neste momento o sujeito cria seu conceitos relativos ao objeto (mesmo que provisórios) são fundamentais para a apropriação do conhecimento.
Desta forma, “conhecemos o mundo, as coisas, os processos somente na medida em que o “criamos”, isto é, na medida em que o reproduzimos espiritualmente e intelectualmente.” (.K. KOSIK, op. cit., p. 206.)
Nos momentos de observação junto à turma de Pré II da Escola Getúlio Vargas, pude me inteirar um pouco de como cada um deles se relaciona com os colegas, como resolvem os problemas, percebendo suas particularidades comportamentais e suas atitudes nos momentos de realizar suas tarefas e também nas socializações e brincadeiras.  
Quando a criança brinca se envolve com a brincadeira e coloca sua emoção nos seus atos, indicando melhor sua forma de sentir e agir naturalmente. Se forem usadas brincadeiras e jogos aliados à aprendizagem a criança terá maior facilidade em socialização, espontaneidade, e desenvolvimento social, cultural e pessoal além de aumentar a criatividade.
Foi nesses momentos de interação que pude perceber as diferentes formas de se relacionar, com alguns casos extremos de alunos que se negavam a socialização, preferiam “brincar” sozinhos gatinhando pelo chão ou escondendo-se em baixo das mesas, ou isolando-se com um brinquedo, no decorrer do estágio com os inúmeros convites e formas de interação diferenciadas foram deixando estas atitudes, pois foi-se dando prioridade para atividades em conjunto como montagem de quebra cabeças, jogo da memória, jogo da velha, dominó de letra e números e até mesmo nos jogos de boliche e pescaria, houve  uma maior integração entre eles, aguardando a vez de jogar, arrumando os pinos ou peixes para que o colega jogasse e assim pudemos desenvolver também um espirito colaborativo entre eles.
A turma é bastante heterogenia, onde os alunos apresentaram necessitar de atenção especial em alguns aspectos e foi para ter esse olhar atento e dedicar uma atenção maior a cada um deles que logo nos primeiros dias de estágio decidi reduzir as atividades em folhas e aumentar o tempo  de socialização e diálogo com eles, permitindo assim que se expressassem abertamente. E ainda esse tempo a mais foi dispensado a eles em um trabalho direcionado as dificuldades que apresentaram.
Procurei contemplar a todos com suas especificidades nos planejamentos, já que havia atividades individuais e coletivas direcionadas as mais variadas problemáticas, mas que todos realizassem e que não fossem direcionadas a apenas um aluno, assim trabalhamos as dificuldades de um com todos, onde uns ajudavam os outros e o professor estava sempre atento às dificuldades apresentadas por eles na realização das atividades, procurando sempre lhes fazer buscar a resposta, evitando lhes dizer qual era.  Nestas atividades posso exemplificar a chamadinha que para muitos era uma tarefa corriqueira e rápida já que conhecem seu nome, mas para algumas outras era uma momento árduo, de reflexão, de dúvida, mas que no final do estágio já estavam realizando também com confiança. 
Mesmo sendo feitas as mesmas atividades com todos, a abordagem a cada um deles era diferenciada, pois percebi que  as formas de percepção deles eram assim também, a aluna R por exemplo, é uma  menina que requer muita atenção, exige explicações, sente-se insegura e solicita as respostas, então tem que se ter um cuidado para  fazer com que ela preste atenção e desenvolva sozinha da forma como ela sabe e consegue.   Com o aluno N, percebi que desenvolve melhor as atividades se lhe for solicitado de forma clara e dizer constantemente que ele consegue fazer, e ele realmente consegue, reconhece muitas letras e números, mas tem sérias dificuldades motoras, isso pela deficiência  que tem; ainda  com essas dificuldades apresenta avanços no dia a dia escolar.

Conclusão


O estágio em Prática Docente I serviu de construção e apropriação de saberes, consolidação de nossa trajetória acadêmica, pois ficou evidente a importância da pesquisa de entorno, o conhecer a realidade vivida pelos alunos, reconhecer e respeitar o tempo e formas de aprendizagem.
O uso das linguagens, o concreto como fonte do aprender significativo e o lúdico no processo de ensino\aprendizagem fazem a diferença para a educação que se quer de qualidade e, em muitos casos de alunos com dificuldades, se torna o diferencial que fará com que se apropriem do conhecimento naquele momento e se desenvolvam de forma mais integral.






















Referências Bibliográficas

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia – Saberes necessários à prática educativa, 1996, p. 85
KOSIK, Karel. Dialética do Concreto, 3ª ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1985.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994 (Coleção magistério 2° grau. Série formação do professor).
VASCONCELLOS, Celso dos S. Metodologia Dialética em Sala de Aula. In: Revista de Educação AEC. Brasília: abril de 1992 (n. 83).



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