domingo, 20 de julho de 2014

Vivenciando a docência


Universidade Federal de Pelotas
Universidade Aberta do Brasil
Centro de Educação Aberta e a Distância
Licenciatura em Pedagogia – EaD





Roberto Levi de Carvalho










Itaqui - 2014


Roberto Levi de Carvalho







Relatório de Prática Docente II apresentado

ao Curso de Licenciatura em Pedagogia-

UFPel/UAB, como requisito à conclusão do

Estágio Supervisionado de Roberto Levi de Carvalho.





                                   Supervisor  do Estágio CLPD : Lilian Lorenzato
                                   Supervisor do Estágio Escolar : Luis Pires







                                               Itaqui - 2014




















     Equipe docente responsável :
     Professores à distância : Débora Moreira
     Professores presenciais : Brunari Silveira – Juliandra Sanchotente






Titulo : Vivenciando a Docência






                                               Autor : Roberto Levi de Carvalho
















                                               Itaqui - 2014
                       
Introdução :
         Ao aproximar a realidade do estagiário estar dentro da sala de aula o qual vai atuar como professor, trazendo o conhecimento aos alunos expressando o relacionamento professor/aluno cria-se expectativas e motivações. Observar que cada aluno tem opiniões e comportamento variados. Quando o  professor não tem amizade com o aluno ele sente-se retraído e não expressa suas dúvidas perante ele. Já com o professor companheiro os alunos sentem-se mais à vontade para tirar dúvidas e interagir com o professor e os colegas.
         Como professor preciso planejar as aulas de maneira que o aluno tenha interesse de aprender cada vez mais. Não apenas dominando a matéria a ser ministrada, mas também ter um bom diálogo com os alunos, fazendo que eles fiquem mais à vontade para tirar suas dúvidas e conversar sobre assuntos diversos.














                     Desenvolvimento :
         Existem várias etapas a serem desenvolvidas, a criança é mais espontânea para conversar com o novo professor quando cria-se um vinculo conquistando a confiança do aluno. É nesse cenário que se insere o professor (estagiário) no espaço de aprendizado e participação. Assim comprometido com a formação dos alunos, o professor assume princípios construindo um projeto de participação. Cabe ao professor despertar nos alunos a vontade de aprender com atividades que envolva a participação de todos.
         Como a educação é um dos elementos fundamentais a formação e a constituição do sujeito em meio ao mundo em que ele vive, é importante saber como atingir o aluno, pois o ensinar é um processo contínuo de construção individual e coletivo ao mesmo tempo, e o professor esta empenhado em faze-lo sempre melhor. Gasta-se tempo e investimento para que a curto, médio e longo prazo o avanço e a qualidade do ensino beneficie a todos os que procuram aprender.
         Como estagiário cheguei a sala de aula cheio de entusiasmo, lidar com a situação de aprendizagem e com o conhecimento faz com que crie expectativas de trazer para as crianças algo novo que fascine e os envolva. A pratica do ensino-aprendizagem é um desafio no dia a dia, e há uma recíproca, o contato com os alunos desperta o desejo de ensinar e aprender.
         Sabemos que a evolução tecnológica é uma realidade, mas o quadro e o giz ainda  são indispensáveis, e mais do que dar aula, é preciso construir o conhecimento junto aos alunos. Ensinar é um trabalho que é feito com amor, com responsabilidade. Ensinar é uma arte e é necessário entrar  na sala de aula e assumir a posição de educador.
         O ato de ensinar é uma prática social, prática que se realiza, portanto, na interação e integração com os alunos,pais e comunidade escolar. É, ainda um processo formativo que se desenvolve nos diversos espaços e tempos, conhecendo e acompanhando os alunos, neste período de formação de ensino que a alfabetização transcorre, e o período de formação básico do aluno que prática social de forma mais efetiva.
         Santomé ( 2003, p. 38 ) afirma que :
         “Educar significa oferecer a cidadãos e cidadãs conhecimentos e habilidades para analisar o funcionamento da sociedade, e para poder intervir em sua orientação e estruturação. Isso inclui também gerar capacidades e possibilidades de obter informações para criticar esses modelos produtivos e essas instituições do estado quando não funcionam democraticamente e favorecem os grupos sociais mais privilegiados.”
         Na turma em que estagiei haviam crianças de classe média baixa, com pouco rendimento, mas com bastante desejo de aprender. Conhecer as necessidades de cada um foi algo que  de uma forma até foi produtiva ao meu desempenho, pois nos planos de aula , cada dia algumas formas de ministrar as aulas foram modificadas, para se adequar e toda a turma entender e aprender.
         Como disse Bosi, citado por Patto ( 2004, p 71 ) “É preciso inverter uma política educacional que tem valorizado as coisas em detrimento das pessoas”.
         Não basta estar com o plano de aula pronto, chegar na aula, e passar para o quadro, dar a explicação e passar as atividades. Em cada dia de aula novas demandas vão surgindo, e como professor minha parte era procurar assistir a turma sempre de maneira que eles tivessem o conhecimento de aprender não de maneira imperativa, mas aprender produtivamente.
         A maior dificuldade encontrada foi na leitura e escrita, sendo que eles copiam ou rápido demais e com muitos erros, ou copiam lento demais atrasando aos outros. Nesse momento é necessário a paciência, e a busca de elementos que façam os alunos a terem noção de copiar como esta no quadro, pois a falta de palavras interfere na interpretação. Na tomada da leitura é que sentiram a falta de uma boa escrita, pois nem eles mesmos sabiam o que escreveram.
Usei muito da repetição, procurei trazer o aluno até o quadro, não para expor, mas para que eles sentissem à vontade em frente aos colegas, perdendo a timidez e interagindo com todos os colegas. Sempre permaneci alerta a todos os alunos, em um conjunto de cuidados a fim de atender a todos e ao mesmo tempo saber lidar com a situação.
O saudoso professor Freire ( 1996, p 46 ) nos lembra que :
Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de amar. Assumir como sujeito por que é capaz de reconhecer-se como objeto. A assunção de nós mesmos não  significa a  exclusão dos outros. É a “outredade” do “não eu”, ou do tu, que me faz assumir a realidade do meu eu.
Transformar a realidade não é uma tarefa das mais fáceis, exige do professor uma reflexão diante de todo o processo educativo, e sendo assim nos coloca a pensar que temos que criar estratégias para levar a cada aluno, cada pequena criança, formas de valorizar a sua aprendizagem.
O período de estágio nos coloca frente a essa realidade enfrentada pelo professor titular, e nos questionamos qual nossa intervenção neste processo, assim nosso posicionamento ou seja, de que lugar nós estamos  com a realidade sobre educação.
O professor transmite ao aluno uma certa segurança, e o aluno deposita no professor uma confiança que podemos sentir desde os primeiros dias de aula. O compromisso como educador esta alicerçado na ação dia a dia, no cotidiano da sala de aula, no desejo de mudança, mesmo que seja mínima no momento, mas que no avançar no processo do estágio constrói uma formação completa.
Durante todo o estágio algumas dificuldades surgiram, sendo na maneira de exercer as atividades diárias, como no comportamento dos alunos; sendo assim exercer a função de professor não se resume a aplicação de técnicas e de atividades previamente estabelecidas. A complexidade de ensinar requer a mobilização dos saberes teóricos e práticos capazes de favorecer o desenvolvimento da estrutura educacional.
“Os homens precisam esclarecer teoricamente sua prática social e regular conscientemente suas ações como sujeitos da história, e para que essas ações se revistam de um caráter criado, necessitam também hoje mais do que nunca, de uma elevada consciência das possibilidades objetivas e subjetivas do homem como ser prático, ou seja, uma verdadeira consciência da práxis.” ( Sanches Vasques 2007, p 57 )
Cada criança tem uma maneira de proceder, um jeito único, e essa particularidade é sua marca, saber lidar com cada uma é uma arte, cabe ao professor estar em sintonia com a turma e com a maneira de tratar a todos com carinho e atenção. É interessante ressaltar que todos os problemas que envolvem a aprendizagem não são somente responsabilidade do professor, nem cabe colocar sobre os ombros os tais, nem se resolvem com um passe de mágica.
“Para que mudanças ocorram de forma significativa, é necessário outra forma de atuação dos educadores. Uma atuação mais participativa por parte de alunos e professores, para a construção de um conhecimento que faça sentido e que tenha significado para os atores sociais envolvidos nesse processo.” ( Couto ; Bom Fim, 2008, p 9 )
Vejo como professor que é fundamental, que também me reconheça como aprendiz, e me permitir aprofundar no conhecimento sobre as teorias educacionais, em um processo de atualização constante e de alargamento cultural. Ainda que a teoria sozinha de nada adianta, é uma enorme oportunidade a prática em sala de aula, todavia, não se limita somente a isso, mas obter conhecimento de campo, problematizar e questionar a realidade, priorizar o diálogo entre os alunos, enaltecer a amorosidade nas relações humanas, levar em conta as características, os interesses dos alunos, o que desejam aprender, reconhecer no aluno um agente ativo de conhecimento e de aprendizagem , estabelecer uma relação de respeito e cuidado com as crianças, fazer e estimular a autonomia, possibilitando que aprendam em interação com as outras crianças e com o mundo, favorecer um ambiente do saber ouvir, respeitar a fala do outro.
Que o saber docente não é formado apenas na prática, sendo também nutrido pelas teorias da educação. A teoria tem importância fundamental na formação docente, pois dota os sujeitos de variados pontos de vista para uma ação contextualizada.” ( Ghedin 2006, p 237)
Mesmo sendo “professor”, e seguindo o plano de aula, é impossível prever o que acontecerá no cotidiano, existem algumas interferências tanto internas como externas, e é justamente a imprevisibilidade que possibilita pensar nas estratégias, nos instrumentos que poderão aparecer no meio do caminho. Acredito que pequenas atitudes no cotidiano contribuem para a mudança, mesmo a longo prazo.
























Considerações finais :
O professor não apenas deve dominar o que vai ser transmitido ao aluno, mas precisa motivar os alunos para que haja um rendimento satisfatório. Quanto mais os alunos sentem segurança no professor mais participam e entendem melhor a matéria. O trabalho coletivo na educação muda a ideia de que agir individualmente é fundamental, pois em grupo a compreensão se torna mais ampla. Aprendo que toda a aprendizagem em todos os níveis fundam-se em um processo contínuo.
A escola oferecendo os espaços necessários para as atividades pedagógicas, incluindo as condições físicas com os materiais, equipamentos adequados e suficiente para o desenvolvimento das atividades torna mais produtivo e qualificado para a formação dos alunos.
Como experiência no estagio, vejo que para melhorar as condições de ensino, é necessário mudar sempre, evoluir junto com as crianças e usar as evoluções tecnológicas também. É preciso desenvolver a autoestima dos alunos, entrando em sintonia a teoria e a pratica, tendo o afeto o principal elemento para que as crianças sintam segurança no professor, e o tenha como um amigo em sala de aula.


           
           













Referências Bibliográficas :
SANTOMÉ, J.t.  A educação em tempos de neoliberalismo. Porto Alegre : Artmed, 2003.
PATTO, M.H.S. Formação de professores: O lugar das humanidades. In: BARBOSA, R.L.L. ( org.). Tragetórias e pespectivas da formação de educadores. São Paulo: Ed. Da UNESP, 2004. P. 61-78.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessário á pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
VÁSQUEZ,Sánches, A filosofia da práxis. Buenos Aires: Consejo Latino Americano Ciências Sociales. 2007, p. 57
COUTO, A.C.R., Bom Fim, A. O Permanente Amadorismo em EJA. 2008, p.9
GHENDIN, E. A articulação entre estágio-pesquisa e seus fundamentos. 2006, p.237

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