Universidade
Federal de Pelotas
Universidade
Aberta do Brasil
Centro
de Educação Aberta e a Distância
Licenciatura
em Pedagogia – EaD
Roberto
Levi de Carvalho
Itaqui
- 2014
Roberto
Levi de Carvalho
Relatório de
Prática Docente II apresentado
ao Curso de
Licenciatura em Pedagogia-
UFPel/UAB, como
requisito à conclusão do
Estágio
Supervisionado de Roberto Levi de Carvalho.
Supervisor do Estágio CLPD : Lilian Lorenzato
Supervisor
do Estágio Escolar : Luis Pires
Itaqui - 2014
Equipe docente responsável :
Professores à
distância : Débora Moreira
Professores
presenciais : Brunari Silveira – Juliandra Sanchotente
Titulo
:
Vivenciando a Docência
Autor
: Roberto Levi de Carvalho
Itaqui
- 2014
Introdução
:
Ao aproximar a realidade do
estagiário estar dentro da sala de aula o qual vai atuar como professor,
trazendo o conhecimento aos alunos expressando o relacionamento professor/aluno
cria-se expectativas e motivações. Observar que cada aluno tem opiniões e
comportamento variados. Quando o
professor não tem amizade com o aluno ele sente-se retraído e não
expressa suas dúvidas perante ele. Já com o professor companheiro os alunos sentem-se
mais à vontade para tirar dúvidas e interagir com o professor e os colegas.
Como
professor preciso planejar as aulas de maneira que o aluno tenha interesse de
aprender cada vez mais. Não apenas dominando a matéria a ser ministrada, mas
também ter um bom diálogo com os alunos, fazendo que eles fiquem mais à vontade
para tirar suas dúvidas e conversar sobre assuntos diversos.
Desenvolvimento :
Existem várias etapas a
serem desenvolvidas, a criança é mais espontânea para conversar com o novo
professor quando cria-se um vinculo conquistando a confiança do aluno. É nesse
cenário que se insere o professor (estagiário) no espaço de aprendizado e
participação. Assim comprometido com a formação dos alunos, o professor assume
princípios construindo um projeto de participação. Cabe ao professor despertar
nos alunos a vontade de aprender com atividades que envolva a participação de
todos.
Como
a educação é um dos elementos fundamentais a formação e a constituição do
sujeito em meio ao mundo em que ele vive, é importante saber como atingir o
aluno, pois o ensinar é um processo contínuo de construção individual e
coletivo ao mesmo tempo, e o professor esta empenhado em faze-lo sempre melhor.
Gasta-se tempo e investimento para que a curto, médio e longo prazo o avanço e
a qualidade do ensino beneficie a todos os que procuram aprender.
Como
estagiário cheguei a sala de aula cheio de entusiasmo, lidar com a situação de
aprendizagem e com o conhecimento faz com que crie expectativas de trazer para
as crianças algo novo que fascine e os envolva. A pratica do
ensino-aprendizagem é um desafio no dia a dia, e há uma recíproca, o contato
com os alunos desperta o desejo de ensinar e aprender.
Sabemos
que a evolução tecnológica é uma realidade, mas o quadro e o giz ainda são indispensáveis, e mais do que dar aula, é
preciso construir o conhecimento junto aos alunos. Ensinar é um trabalho que é
feito com amor, com responsabilidade. Ensinar é uma arte e é necessário
entrar na sala de aula e assumir a
posição de educador.
O
ato de ensinar é uma prática social, prática que se realiza, portanto, na
interação e integração com os alunos,pais e comunidade escolar. É, ainda um
processo formativo que se desenvolve nos diversos espaços e tempos, conhecendo
e acompanhando os alunos, neste período de formação de ensino que a
alfabetização transcorre, e o período de formação básico do aluno que prática
social de forma mais efetiva.
Santomé
( 2003, p. 38 ) afirma que :
“Educar significa oferecer a
cidadãos e cidadãs conhecimentos e habilidades para analisar o funcionamento da
sociedade, e para poder intervir em sua orientação e estruturação. Isso inclui
também gerar capacidades e possibilidades de obter informações para criticar
esses modelos produtivos e essas instituições do estado quando não funcionam
democraticamente e favorecem os grupos sociais mais privilegiados.”
Na turma em que estagiei haviam crianças
de classe média baixa, com pouco rendimento, mas com bastante desejo de
aprender. Conhecer as necessidades de cada um foi algo que de uma forma até foi produtiva ao meu
desempenho, pois nos planos de aula , cada dia algumas formas de ministrar as
aulas foram modificadas, para se adequar e toda a turma entender e aprender.
Como
disse Bosi, citado por Patto ( 2004, p 71 ) “É preciso inverter uma política
educacional que tem valorizado as coisas em detrimento das pessoas”.
Não
basta estar com o plano de aula pronto, chegar na aula, e passar para o quadro,
dar a explicação e passar as atividades. Em cada dia de aula novas demandas vão
surgindo, e como professor minha parte era procurar assistir a turma sempre de
maneira que eles tivessem o conhecimento de aprender não de maneira imperativa,
mas aprender produtivamente.
A
maior dificuldade encontrada foi na leitura e escrita, sendo que eles copiam ou
rápido demais e com muitos erros, ou copiam lento demais atrasando aos outros.
Nesse momento é necessário a paciência, e a busca de elementos que façam os
alunos a terem noção de copiar como esta no quadro, pois a falta de palavras
interfere na interpretação. Na tomada da leitura é que sentiram a falta de uma
boa escrita, pois nem eles mesmos sabiam o que escreveram.
Usei muito da repetição, procurei trazer
o aluno até o quadro, não para expor, mas para que eles sentissem à vontade em
frente aos colegas, perdendo a timidez e interagindo com todos os colegas.
Sempre permaneci alerta a todos os alunos, em um conjunto de cuidados a fim de
atender a todos e ao mesmo tempo saber lidar com a situação.
O saudoso professor Freire ( 1996, p 46
) nos lembra que :
Assumir-se como ser
social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador,
realizador de sonhos, capaz de amar. Assumir como sujeito por que é capaz de reconhecer-se
como objeto. A assunção de nós mesmos não
significa a exclusão dos outros.
É a “outredade” do “não eu”, ou do tu, que me faz assumir a realidade do meu
eu.
Transformar a realidade não é uma tarefa
das mais fáceis, exige do professor uma reflexão diante de todo o processo
educativo, e sendo assim nos coloca a pensar que temos que criar estratégias
para levar a cada aluno, cada pequena criança, formas de valorizar a sua aprendizagem.
O período de estágio nos coloca frente a
essa realidade enfrentada pelo professor titular, e nos questionamos qual nossa
intervenção neste processo, assim nosso posicionamento ou seja, de que lugar
nós estamos com a realidade sobre
educação.
O professor transmite ao aluno uma certa
segurança, e o aluno deposita no professor uma confiança que podemos sentir
desde os primeiros dias de aula. O compromisso como educador esta alicerçado na
ação dia a dia, no cotidiano da sala de aula, no desejo de mudança, mesmo que
seja mínima no momento, mas que no avançar no processo do estágio constrói uma
formação completa.
Durante todo o estágio algumas
dificuldades surgiram, sendo na maneira de exercer as atividades diárias, como
no comportamento dos alunos; sendo assim exercer a função de professor não se
resume a aplicação de técnicas e de atividades previamente estabelecidas. A
complexidade de ensinar requer a mobilização dos saberes teóricos e práticos
capazes de favorecer o desenvolvimento da estrutura educacional.
“Os homens precisam
esclarecer teoricamente sua prática social e regular conscientemente suas ações
como sujeitos da história, e para que essas ações se revistam de um caráter
criado, necessitam também hoje mais do que nunca, de uma elevada consciência
das possibilidades objetivas e subjetivas do homem como ser prático, ou seja,
uma verdadeira consciência da práxis.” ( Sanches Vasques 2007, p 57 )
Cada criança tem uma maneira de
proceder, um jeito único, e essa particularidade é sua marca, saber lidar com
cada uma é uma arte, cabe ao professor estar em sintonia com a turma e com a
maneira de tratar a todos com carinho e atenção. É interessante ressaltar que
todos os problemas que envolvem a aprendizagem não são somente responsabilidade
do professor, nem cabe colocar sobre os ombros os tais, nem se resolvem com um
passe de mágica.
“Para que mudanças
ocorram de forma significativa, é necessário outra forma de atuação dos
educadores. Uma atuação mais participativa por parte de alunos e professores,
para a construção de um conhecimento que faça sentido e que tenha significado
para os atores sociais envolvidos nesse processo.” ( Couto ; Bom Fim, 2008, p 9
)
Vejo como professor que é fundamental,
que também me reconheça como aprendiz, e me permitir aprofundar no conhecimento
sobre as teorias educacionais, em um processo de atualização constante e de
alargamento cultural. Ainda que a teoria sozinha de nada adianta, é uma enorme
oportunidade a prática em sala de aula, todavia, não se limita somente a isso,
mas obter conhecimento de campo, problematizar e questionar a realidade,
priorizar o diálogo entre os alunos, enaltecer a amorosidade nas relações
humanas, levar em conta as características, os interesses dos alunos, o que
desejam aprender, reconhecer no aluno um agente ativo de conhecimento e de
aprendizagem , estabelecer uma relação de respeito e cuidado com as crianças,
fazer e estimular a autonomia, possibilitando que aprendam em interação com as
outras crianças e com o mundo, favorecer um ambiente do saber ouvir, respeitar
a fala do outro.
“ Que
o saber docente não é formado apenas na prática, sendo também nutrido pelas
teorias da educação. A teoria tem importância fundamental na formação docente,
pois dota os sujeitos de variados pontos de vista para uma ação
contextualizada.” ( Ghedin 2006, p 237)
Mesmo sendo “professor”, e seguindo o
plano de aula, é impossível prever o que acontecerá no cotidiano, existem
algumas interferências tanto internas como externas, e é justamente a
imprevisibilidade que possibilita pensar nas estratégias, nos instrumentos que
poderão aparecer no meio do caminho. Acredito que pequenas atitudes no
cotidiano contribuem para a mudança, mesmo a longo prazo.
Considerações
finais :
O professor não apenas deve dominar o que vai ser
transmitido ao aluno, mas precisa motivar os alunos para que haja um rendimento
satisfatório. Quanto mais os alunos sentem segurança no professor mais
participam e entendem melhor a matéria. O trabalho coletivo na educação muda a
ideia de que agir individualmente é fundamental, pois em grupo a compreensão se
torna mais ampla. Aprendo que toda a aprendizagem em todos os níveis fundam-se
em um processo contínuo.
A escola oferecendo os espaços necessários para as
atividades pedagógicas, incluindo as condições físicas com os materiais,
equipamentos adequados e suficiente para o desenvolvimento das atividades torna
mais produtivo e qualificado para a formação dos alunos.
Como experiência no estagio, vejo que para melhorar as
condições de ensino, é necessário mudar sempre, evoluir junto com as crianças e
usar as evoluções tecnológicas também. É preciso desenvolver a autoestima dos
alunos, entrando em sintonia a teoria e a pratica, tendo o afeto o principal
elemento para que as crianças sintam segurança no professor, e o tenha como um
amigo em sala de aula.
Referências
Bibliográficas :
SANTOMÉ,
J.t. A educação em tempos de neoliberalismo.
Porto Alegre : Artmed, 2003.
PATTO,
M.H.S. Formação de professores: O lugar
das humanidades. In:
BARBOSA, R.L.L. ( org.). Tragetórias
e pespectivas da formação de educadores. São Paulo: Ed. Da
UNESP, 2004. P. 61-78.
FREIRE,
P. Pedagogia da Autonomia: Saberes
necessário á pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
VÁSQUEZ,Sánches,
A filosofia da práxis. Buenos Aires:
Consejo Latino Americano Ciências Sociales. 2007, p. 57
COUTO,
A.C.R., Bom Fim, A. O Permanente
Amadorismo em EJA. 2008, p.9
GHENDIN,
E. A articulação entre estágio-pesquisa
e seus fundamentos. 2006, p.237
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