domingo, 21 de abril de 2013

A Escola Que Queremos

Aclp Lisete Maria Cigana
Ufpel/UAB
Polo Itaqui - RS 

As instituições de ensino foram criadas com intuito de aprimorar conhecimentos dos filhos dos senhores de sociedade priorizando assim o atendimento à elite após algumas reformas e a criação de leis favoráveis, atualmente contamos com instituições públicas que recebem a todos em idade escolar, independente de raça, credo ou nível cultural e social.
Mas ainda a atual instituição de ensino que temos clama por reformas, já que foi constituída em parâmetros a muito tempo elaborados, e a realidade vivida hoje com a demanda tecnológica que  não sessa em aprimorar-se ficou fora desse contexto. Mesmo escolas melhor equipadas com laboratórios de informática, na maioria delas ficam fechados por falta de profissionais que desenvolvam trabalhos com os alunos. Essa falta de profissionais especializados é somente uma das dificuldades enfrentadas pelas escolas como: falta de professores, violência, baixíssimos salários... E essa mesma instituição tem como meta formar  sujeitos  capazes de transformar a realidade (cidadãos do futuro). Na escola que queremos  todos devem ouvir e ser ouvidos, demonstrar seus sentimentos, mostrar seus valores e ser reconhecidos por eles. Os professores devem ter liberdade de ação e apoio na realização de seus projetos de incentivo e desenvolvimento ao aprendizado, dinamizando suas práticas pedagógicas.
Antes de construirmos a escola que queremos devemos descontruir a escola como vemos, essa que temos desde o tempo que eu , você e muitos dos pais de nossos alunos, frequentaram quando crianças. Uma escola de temas de casa, de cópias do quadro, muito falar e pouco fazer. Então poderemos construí-la  com feiras de arte e ciências, apresentação de saraus peças teatrais, exposição de cartazes com explanação dos conteúdos... e isso se torna possível. A transformação quando feita com integração e consciência  na prática pedagógica traz bons frutos a todos que a vivenciam. Cada vez mais a escola tem se tornado um lugar prazeroso para as crianças, onde  gostam de estar, desde que as aulas não se resumam em acumulo de conteúdos e cópias infindáveis.
Creio que estando sempre em contato com as famílias e a sociedade a que fazem parte nossos “pequenos” poderemos desenvolver atividades que correspondam às suas expectativas acompanhando as normas da escola e reivindicando mais espaço sempre que possível, incentivando nova formulação do PPP que possibilite um trabalho mais abrangente.
A prática pedagógica deve ser desenvolvida ao máximo, beirando nas normas e pautas que devem ser cumpridas na instituição a que pertencemos, sempre tendo em vista o melhor desenvolvimento dos alunos que são a razão de existir tanto das instituições de ensino quanto dos profissionais da educação, abrangendo todos desde a educação infantil até o ensino superior, não existe razão de ser de uma faculdade de pedagogia se não pensarmos na criança como fundamento, é para ela e por ela que estou me formando em pedagogia, para ver e vivenciar e acima de tudo participar de seu pleno desenvolvimento.
No entanto o que mais me preocupa na sociedade atual  é a violência que existem de várias formas em todos os seus segmentos e  isso tem se refletido cada vez mais nas escolas e dentro das salas de aula. Assim todos de alguma forma acabam convivendo com ela. Mesmo que escape de tê-la na família ou sociedade, por fim a encontra na escola, onde deveria ser um lugar tranquilo. A escola tem  lutando contra ela, mas não se tem muitos avanços em combate-la, isso se mostra repentinamente nos momentos mais inesperados.
A proposta da escola pública é abranger toda criança em idade escolar, sendo um direito constituído a ela, estando a família obrigada a cumprir e  a escola a acolhe-la, muitas vezes por essa obrigatoriedade imposta e a falta de estrutura tem-se  um número crescente de alunos por classe, maior do que o recomendável para um bom atendimento e desenvolvimento de atividades por parte dos educadores.
Esta demanda crescente se dá pelo aumento da população mesmo e só será amenizado com a conscientização das autoridades e a devida valorização à educação. Com isso deveríamos ter mais profissionais em ação e instituições com maior espaço físico  ou então criação de novas instituições que acolhessem idades específicas como uma para educação infantil outras para ensino fundamental e outras abrangendo o ensino politécnico como foi proposto recentemente.
 Uma nação desenvolvida  parte de mentes desenvolvidas e por vezes brilhantes, mas que surgem entre nossas crianças que a compõem. E para que tenhamos alunos com capacidades de discernimento temos que trabalhar isso. Que saibam seus direitos e tenham consciência que podem lutar por eles, através do voto, reivindicações e abaixo assinados quando necessário.
Com essa clareza não corremos o risco de criarmos revolucionários, apesar de estarmos em uma sociedade ( abrangendo um todo da humanidade, pelo que presenciamos diariamente nos noticiários) que propicia a isso. Principalmente aí aposto as fichas nesta forma de desenvolver a oralidade e demonstrar a forma de pensar  abordando direitos e deveres.
Logicamente  que as cópias do quadro negro não são inúteis , mas considerando se tornar rotina no cotidiano escolar acabará por desmotivar os alunos e da mesma forma os temas de casa que não podem se resumir a uma lista de perguntas, problemas, cálculos... Mas sim uma atividade que incentive a pesquisa, leitura, por vezes ensaios e outras elaborações de apresentações, algo que se torne prazeroso e desenvolva  a criatividade e espontaneidade do indivíduo. Apresentações estas realizadas em sala de aula mesmo, apenas com o intuito de desenvolver o potencial de cada um e por vezes vencendo barreiras de timidez ( por exemplo) valorizando o que for recebido deles.
Nesse sentido a escola tem se tornado  uma instituição social que valoriza e prioriza o desenvolvimento do aprendizado infantil e juvenil, tendo se tornado muito além de um direito da criança um dever da sociedade possibilitar o acesso às instituições de ensino. Reconhecendo ainda que o ensino se dá em todo e qualquer espaço não ficando restrito a uma sala de aula. E para isso se faz necessário conhecer os sujeitos envolvidos em todo esse processo de ensino e a organização que se faz e o espaço escolar, para usar em todas as suas possibilidades, explorando esses espaços e integrando de alguma forma a aprendizagem das crianças.
De acordo com Sato, “ Conhecer a organização do espaço escolar entre os sujeitos  é uma necessidade, na medida  em que a aula não  é um acontecimento isolado de uma sala, mas  está inserida no espaço social ou uma instituição de ensino”. ( SATO; FORNEL, 2007) É nesse espaço que se dá toda a convivência entre escola/sociedade, escola/família, escola/aluno assim, conhecer como se organiza é um fator primordial para o bom desenvolvimento da aprendizagem, integrando os sujeitos nele, essa integração se mostra importante para uma aprendizagem abrangente de conhecimentos prévios, entorno escolar e familiar e conhecimentos científicos¹.
Por que queremos realmente é uma escola que forme cidadãos conscientes, preparados para as diversas situações que o futuro possa estar lhe reservando, um sujeito capaz de reconhecer e solucionar os problemas assim que se apresentem capazes ainda de transformar a realidade vi vida, que se tornem críticos e reflexivos frente aos acontecimentos da sociedade. Que lute contra o preconceito e transforme a sala de aula em uma comunidade cooperativa, sem medo de mudança e que aceite cada sujeito  do jeito que é com suas capacidades ou limitações, independente de sua cor, credo e meio social em que viva.


¹representa o conhecimento adquirido na escola; o conhecimento impresso em livros.




Referências:
SATO, Elizabeth Cristina Macceo; FORNEL, Silvia Renata. Conhecimento do espaço escolar. In: PASSINI, Elza Yasuko; PASSINI, Romão; MALYSZ, Sandra Terezinha. (Orgs.). Prática de ensino de geografia e estágio supervisionado. São Paulo: Contexto, 2007. Disponível:

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