Aclp Lisete Maria Cigana
Ufpel/UAB
Polo Itaqui - RS
As
instituições de ensino foram criadas com intuito de aprimorar conhecimentos dos
filhos dos senhores de sociedade priorizando assim o atendimento à elite após
algumas reformas e a criação de leis favoráveis, atualmente contamos com
instituições públicas que recebem a todos em idade escolar, independente de
raça, credo ou nível cultural e social.
Mas
ainda a atual instituição de ensino que temos clama por reformas, já que foi
constituída em parâmetros a muito tempo elaborados, e a realidade vivida hoje
com a demanda tecnológica que não sessa
em aprimorar-se ficou fora desse contexto. Mesmo escolas melhor equipadas com
laboratórios de informática, na maioria delas ficam fechados por falta de
profissionais que desenvolvam trabalhos com os alunos. Essa falta de
profissionais especializados é somente uma das dificuldades enfrentadas pelas
escolas como: falta de professores, violência, baixíssimos salários... E essa
mesma instituição tem como meta formar
sujeitos capazes de transformar a
realidade (cidadãos do futuro). Na escola que queremos todos devem ouvir e ser ouvidos, demonstrar
seus sentimentos, mostrar seus valores e ser reconhecidos por eles. Os
professores devem ter liberdade de ação e apoio na realização de seus projetos
de incentivo e desenvolvimento ao aprendizado, dinamizando suas práticas
pedagógicas.
Antes de
construirmos a escola que queremos devemos descontruir a escola como vemos,
essa que temos desde o tempo que eu , você e muitos dos pais de nossos alunos,
frequentaram quando crianças. Uma escola de temas de casa, de cópias do quadro,
muito falar e pouco fazer. Então poderemos construí-la com feiras de arte e ciências, apresentação
de saraus peças teatrais, exposição de cartazes com explanação dos conteúdos...
e isso se torna possível. A transformação quando feita com integração e
consciência na prática pedagógica traz
bons frutos a todos que a vivenciam. Cada vez mais a escola tem se tornado um
lugar prazeroso para as crianças, onde
gostam de estar, desde que as aulas não se resumam em acumulo de
conteúdos e cópias infindáveis.
Creio
que estando sempre em contato com as famílias e a sociedade a que fazem parte
nossos “pequenos” poderemos desenvolver atividades que correspondam às suas
expectativas acompanhando as normas da escola e reivindicando mais espaço
sempre que possível, incentivando nova formulação do PPP que possibilite um
trabalho mais abrangente.
A
prática pedagógica deve ser desenvolvida ao máximo, beirando nas normas e
pautas que devem ser cumpridas na instituição a que pertencemos, sempre tendo
em vista o melhor desenvolvimento dos alunos que são a razão de existir tanto
das instituições de ensino quanto dos profissionais da educação, abrangendo
todos desde a educação infantil até o ensino superior, não existe razão de ser
de uma faculdade de pedagogia se não pensarmos na criança como fundamento, é
para ela e por ela que estou me formando em pedagogia, para ver e vivenciar e
acima de tudo participar de seu pleno desenvolvimento.
No
entanto o que mais me preocupa na sociedade atual é a violência que existem de várias formas em
todos os seus segmentos e isso tem se
refletido cada vez mais nas escolas e dentro das salas de aula. Assim todos de
alguma forma acabam convivendo com ela. Mesmo que escape de tê-la na família ou
sociedade, por fim a encontra na escola, onde deveria ser um lugar tranquilo. A
escola tem lutando contra ela, mas não
se tem muitos avanços em combate-la, isso se mostra repentinamente nos momentos
mais inesperados.
A
proposta da escola pública é abranger toda criança em idade escolar, sendo um
direito constituído a ela, estando a família obrigada a cumprir e a escola a acolhe-la, muitas vezes por essa
obrigatoriedade imposta e a falta de estrutura tem-se um número crescente de alunos por classe, maior
do que o recomendável para um bom atendimento e desenvolvimento de atividades
por parte dos educadores.
Esta
demanda crescente se dá pelo aumento da população mesmo e só será amenizado com
a conscientização das autoridades e a devida valorização à educação. Com isso
deveríamos ter mais profissionais em ação e instituições com maior espaço
físico ou então criação de novas
instituições que acolhessem idades específicas como uma para educação infantil
outras para ensino fundamental e outras abrangendo o ensino politécnico como
foi proposto recentemente.
Uma nação desenvolvida parte de mentes desenvolvidas e por vezes
brilhantes, mas que surgem entre nossas crianças que a compõem. E para que
tenhamos alunos com capacidades de discernimento temos que trabalhar isso. Que
saibam seus direitos e tenham consciência que podem lutar por eles, através do
voto, reivindicações e abaixo assinados quando necessário.
Com
essa clareza não corremos o risco de criarmos revolucionários, apesar de
estarmos em uma sociedade ( abrangendo um todo da humanidade, pelo que
presenciamos diariamente nos noticiários) que propicia a isso. Principalmente
aí aposto as fichas nesta forma de desenvolver a oralidade e demonstrar a forma
de pensar abordando direitos e deveres.
Logicamente que as cópias do quadro negro não são inúteis
, mas considerando se tornar rotina no cotidiano escolar acabará por desmotivar
os alunos e da mesma forma os temas de casa que não podem se resumir a uma
lista de perguntas, problemas, cálculos... Mas sim uma atividade que incentive
a pesquisa, leitura, por vezes ensaios e outras elaborações de apresentações,
algo que se torne prazeroso e desenvolva
a criatividade e espontaneidade do indivíduo. Apresentações estas
realizadas em sala de aula mesmo, apenas com o intuito de desenvolver o
potencial de cada um e por vezes vencendo barreiras de timidez ( por exemplo)
valorizando o que for recebido deles.
Nesse
sentido a escola tem se tornado uma
instituição social que valoriza e prioriza o desenvolvimento do aprendizado
infantil e juvenil, tendo se tornado muito além de um direito da criança um
dever da sociedade possibilitar o acesso às instituições de ensino.
Reconhecendo ainda que o ensino se dá em todo e qualquer espaço não ficando
restrito a uma sala de aula. E para isso se faz necessário conhecer os sujeitos
envolvidos em todo esse processo de ensino e a organização que se faz e o
espaço escolar, para usar em todas as suas possibilidades, explorando esses
espaços e integrando de alguma forma a aprendizagem das crianças.
De acordo
com Sato, “ Conhecer a organização do espaço escolar entre os sujeitos é uma necessidade, na medida em que a aula não é um acontecimento isolado de uma sala,
mas está inserida no espaço social ou
uma instituição de ensino”. ( SATO; FORNEL, 2007) É nesse espaço que se dá toda
a convivência entre escola/sociedade, escola/família, escola/aluno assim,
conhecer como se organiza é um fator primordial para o bom desenvolvimento da
aprendizagem, integrando os sujeitos nele, essa integração se mostra importante
para uma aprendizagem abrangente de conhecimentos prévios, entorno escolar e
familiar e conhecimentos científicos¹.
Por que
queremos realmente é uma escola que forme cidadãos conscientes, preparados para
as diversas situações que o futuro possa estar lhe reservando, um sujeito capaz
de reconhecer e solucionar os problemas assim que se apresentem capazes ainda
de transformar a realidade vi vida, que se tornem críticos e reflexivos frente
aos acontecimentos da sociedade. Que lute contra o preconceito e transforme a
sala de aula em uma comunidade cooperativa, sem medo de mudança e que aceite
cada sujeito do jeito que é com suas
capacidades ou limitações, independente de sua cor, credo e meio social em que
viva.
¹representa o conhecimento adquirido na escola; o conhecimento impresso em livros.
Referências:
SATO, Elizabeth Cristina Macceo;
FORNEL, Silvia Renata. Conhecimento do espaço escolar. In: PASSINI, Elza
Yasuko; PASSINI, Romão; MALYSZ, Sandra Terezinha. (Orgs.). Prática de ensino de
geografia e estágio supervisionado. São Paulo: Contexto, 2007. Disponível:
Nenhum comentário:
Postar um comentário