O espaço educativo é básico para a construção do
conhecimento, para o desenvolvimento de habilidades e a edificação da
cidadania. A escola, a família e a comunidade são lugares privilegiados para o
encontro da criança com o saber. A escola, considerando os saberes prévios,
apresenta aos alunos as regras do conhecimento letrado, escrito e calculado,
bem como informações de como participar das atividades individuais e coletivas.
Compreender a pluralidade requer debate e diálogo constantes,
proporcionando experiências aos seus alunos e valorizando as formas de
comunicar o que sabe, pensa e sente através das diferentes linguagens.
Permitir o diálogo necessita uma dinâmica diferenciada por
parte do professor, bem como uma nova postura diante da turma, como sugere
Barbosa:
“Diálogo supõe mais de uma pessoa, supõe a expressão de
pensamentos, percepções, ideias, sentimentos e a escuta de pensamentos,
percepções, ideias de outro ou outros.
Essa forma de comunicação só é possível, na sala de aula,
quando o professor deixa de ser o centro do processo ensino-aprendizagem; quando o aluno também não centraliza o tempo todo e acaba por fazer sempre do
jeito que quer, sem precisar se frustrar e contar opiniões diferenciadas em
relação à sua.
Dialogar envolve disponibilidade para ouvir o outro, mesmo
sem concordar com ele e conseguir falar dessa não-concordância, abrindo
possibilidades de mudança das posições iniciais.” (Barbosa,2002,p.35).
Sendo assim o diálogo transcende as possibilidades,
tornando-se mediador de conflitos, ampliador de aprendizagem, desenvolvedor de
habilidades para a solução de conflitos, da argumentação e autonomia.
Ao falarmos sobre linguagem e diálogo nos vem à cabeça, num
primeiro momento a comunicação. O ser humano possui a capacidade de se
comunicar com sua espécie e com o mundo, isso o difere dos outros seres vivos.
Ele construiu códigos comuns que permitem a comunicação.
Linguagem é a forma de comunicar, de dizer o que pensa, de
externar o que sente. Desta forma, demonstramos sentimentos, medo, alegrias. E
esta comunicação se manifesta nas relações sociais.
Embora a linguagem oral seja a mais usada, foi a escrita que
ampliou a capacidade do ser humano se comunicar. Prova disso são os registros
rupestres encontrados de longa data.
Portanto, existem diferentes formas de comunicarmos,
diferentes linguagens: um desenho comunica, uma fotografia conta história, uma
escultura fala sobre seu autor, as roupas, formas de vestir das pessoas em
diferentes regiões e espaços, comunicam, por exemplo: um uniforme, penas
coloridas, uma batina, lembram militar, índio, aves de determinada região,
padre, missa, igreja... Por isso afirma-se que linguagem é toda forma de se
comunicar e existem diferentes linguagens porque existem diferentes tipos de expressão.
Historicamente, pensamento advindo de anos de Ditadura que
refletiram na educação e numa escola tradicional de ensino, as linguagens oral
e escrita foram por muito tempo as mais usadas e mais valorizadas no ambiente
escolar, sendo que a oralidade foi sempre de uso do professor e restrito aos
alunos.
Contudo, com o avanço tecnológico, científico e das
pesquisas e teorias acerca de educação, ela passa a ser pensada como conjunto
de ações que permitam a participação de todos os envolvidos no processo
educativo, fazendo com que o professor planeje flexivelmente as tarefas,
adaptando-as às necessidades do aluno, considere as contribuições do aluno,
desenvolva atividades significativas, estabeleça um ambiente de troca de
saberes e avaliando conforme as necessidades do aluno.
Sendo assim, desenvolver em si mesmo a competência da
leitura das diferentes linguagens e promover esta ação em seus alunos é o
desafio do professor que deve ter disposição para ler, não somente a escrita,
mas os gestos dos alunos, como um todo, decifrando os códigos desta leitura.
O fazer lúdico como recurso pedagógico surge como forma de
vislumbrar e contemplar as diferentes linguagens.
Assim, o educador, ao conhecer e fazer uso da ludicidade na
educação constrói o conhecimento relacionando-o ao saber do aluno, percebendo
como faz, porque faz e as adaptações às exigências das novas situações
educativas. Oportunizando que o aluno busque a construção do conhecimento e que
as atividades dirigidas e orientadas visem um resultado pedagógico.
O resgate da cultura infantil, do brinquedo, da realidade na
qual a criança está inserida que é afetiva, cognitiva e motora, compreende
levar a escola a assumir nova postura, pensando sobre a educação, a sociedade e
a cultura do meio. Elencando o sujeito evolutivo que nos remete à construção e à
formação de hábitos para a vida.
Concluindo, a ludicidade é um recurso que possibilita a utilização, ao mesmo tempo, dos diferentes tipos de linguagem e facilita a apropriação de conceitos por parte das crianças e do professor também, pois é um processo que motiva aprendizagem para todos.
ACLP Valdirene Rattis Dorneles
CLPD UFPEL Itaqui.

Nenhum comentário:
Postar um comentário